Quais são as diferenças entre a cerveja artesanal para a tradicional?
29 outubro 2025 às 11h37

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No país do futebol e do carnaval, a cerveja se tornou uma das bebidas mais queridas entre os brasileiros. Há os que preferem as Pilsen, produzidas em larga escala e encontradas com maior facilidade ou as artesanais com aromas e sabores diversificados.
A principal diferença da artesanal está pela maior diversidade e complexidade de sabores, resultado do uso de ingredientes selecionados e de um processo de produção mais cuidadoso e demorado.
As cervejas tradicionais, por outro lado, priorizam a padronização e consistência em larga escala, muitas vezes utilizando adjuntos como milho e arroz para otimizar custos e tempo.
Para entender efetivamente as diferenças entre as duas cervejas, o Jornal Opção entrevistou a sommelière de cerveja, Lorenna Pinna. A profissional ainda é professora da disciplina de “Cervejas e Aromas” da Associação Brasileira de Sommelier de Goiás.

De acordo com a sommelière, Goiás tem um cenário promissor. “O mercado goiano está em plena ebulição: há espaço para quem quer estudar, produzir, servir e, claro, apreciar boas cervejas. É um momento muito bonito para fazer parte dessa transformação cultural e sensorial que a cerveja traz para o nosso estado”, explica.
“Como educadora e sommelière, acredito que investir em conhecimento é o caminho para que o público e o mercado continuem evoluindo juntos. Isso eleva o padrão da cerveja goiana e consolida o nosso estado, como uma referência nacional em cultura cervejeira”, destaca Lorenna Pinna.
Diferenças
As cervejas artesanais se diferenciam das indústrias já na produção. Elas são produzidas em menores quantidades e por ser elaborada em menor escala, isso também permite uma proximidade maior durante a produção. Ou seja, o acompanhamento de cada etapa é realizado minuciosamente, para garantir que o resultado final seja satisfatório.
“A cerveja artesanal não utiliza aditivos químicos para padronizar sabor ou prolongar validade. O objetivo é valorizar o malte, o lúpulo, a levedura e até ingredientes regionais, buscando aromas e sabores únicos. Cada receita carrega a identidade de quem a produz. Por isso, há tanta diversidade entre os estilos e rótulos artesanais”, detalha a sommelière.

Na visão da Lorenna Pinna, a cerveja tradicional, geralmente busca padronização e constância. “Ela utiliza processos automatizados e, em alguns casos, ingredientes complementares ao malte, como milho ou arroz, para deixar a bebida mais leve e com sabor mais neutro, características que agradam ao grande público e garantem uma produção mais estável e acessível”, enfatiza.
Enquanto a cerveja artesanal privilegia autenticidade, complexidade e experiência sensorial, a cerveja tradicional prioriza padronização, leveza e ampla distribuição.
“Ambas têm seu valor e espaço no mercado. O importante é que o consumidor compreenda as diferenças e saiba apreciar o que cada uma tem de melhor”, finaliza.
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