Valor foi muito maior do que estava sendo estimado inicialmente — algo na casa dos US$ 7.000 (cerca de R$ 26 mil) e US$ 10 mil (aproximadamente R$ 38 mil). A obra foi arrematada por um comprador anônimo, que fez os lances por telefone

O retrato de Edmond de Belamy, feito por algoritmos — Foto: Divulgação/Christies

Um retrato feito por um algoritmo desenvolvido pelo coletivo francês Obvious foi vendido na última quinta-feira (25) por US$ 432.500 (o equivalente a R$ 1,6 milhão), tornando-se a primeira obra de arte de inteligência artificial comercializada em uma importante casa de leilões, informou a Christie’s.

O valor foi muito maior do que estava sendo estimado inicialmente — algo na casa dos US$ 7.000 (cerca de R$ 26 mil) e US$ 10 mil (aproximadamente R$ 38 mil). A obra foi arrematada por um comprador anônimo, que fez os lances por telefone.

Batizada de “Edmond de Belamy”, a tela consiste no retrato de um homem vestido de preto e emoldurado em ouro, semelhante ao padrão dos séculos XVIII ou XIX. O rosto é borrado e a pintura está aparentemente inacabada. Um detalhe chama atenção: no lugar da assinatura de um artista, há uma fórmula matemática.

Formado por Hugo Caselles-Dupré, Pierre Fautrel eGauthier Vernier, o Obvious visa usar a inteligência artificial para democratizar a arte. A equipe alimentou uma rede neural com de 15 mil retratos que partiam do século 14 até o século 20. Uma vez que o programa “aprendeu” as regras, usando um novo algoritmo desenvolvido pelo pesquisador da Google Ian Goodfellow, gerou uma série de novas imagens por si só.

O coletivo francês selecionou 11 e os chamou de “família Belamy”, um dos quais foi o arrematado na Christie’s, em Nova York. Richard Lloyd, diretor de gravuras da Christie’s, insistiu para que o coletivo colocasse a tela à venda, a fim de fomentar o debate sobre a inteligência artificial na arte.

*Com agências