Em 2012 petistas passaram por cima de impasses históricos com o político pepista ––acusado de corrupção e presente na lista da Interpol –– para eleger Fernando Haddad prefeito

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Paulo Maluf durante ato que selou apoio do PP a Fernando Haddad, em junho de 2012 | Foto: Epitáceo Pessoa - Estadão
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Paulo Maluf durante ato que selou apoio do PP a Fernando Haddad, em junho de 2012 | Foto: Epitáceo Pessoa – Estadão

Novamente o PT de Luiz Inácio Lula da Silva voltará a passar por cima de questões político-partidárias em nome de tempo de TV (pouco mais de um minuto, mas que vale muito para se sobrepor ao tucanato), mesmo que para isso tenha que enfrentar o fogo amigo e críticas da opinião pública. O Partido dos Trabalhadores, como há dois anos, na disputa que elegeu o petista Fernando Haddad prefeito de São Paulo, volta a selar aliança com o PP de Paulo Maluf. Desta vez o aperto de mão público com o adversário histórico, programado para esta sexta-feira (30/5), virá do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT), que visa somar forças para conquistar o governo de São Paulo, visto que como Haddad, é pouquíssimo conhecido pelo eleitorado.

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Nesta ocasião Lula não precisará ir até a mansão de Maluf para selar o pacto –– como ocorrido em 2012, quando fotos revelaram o constrangimento do aperto de mão amarelo entre as partes. Desta vez a oficialização da aliança PT-PP em São Paulo se dará na Assembleia Legislativa Paulista na presença de lideranças das duas siglas.

Para evitar a difusão das críticas de outros aliados, mlitância e também dos eleitores, Padilha tem cantado o coro de diversos petistas de que em política não se pode personalizar os apoiadores, argumentando também que o apoio do Partido Progressista em São Paulo se dá num cenário já favorável tendo por base as ações do governo Dilma Rousseff em âmbito nacional. Para não dar mais margens a denominações à recém-formada aliança, Lula não deve participar do evento.

Com a parceria, o PT terá 1m15seg a mais de tempo de propaganda política contra o adversário tucano Geraldo Alckimin. O tucanato paulista, vale frisar, também buscou aproximação com Paulo Maluf, porém não foram os escolhidos.

Importante recordar que nas últimas eleições municipais pesquisa Datafolha revelou forte insatisfação do eleitorado com a aproximação do PT com antigos inimigos. No que confere aos eleitores petistas, 62% disseram-se insatisfeitos com a aproximação com Maluf –– cujo nome figura diversas denúncias de desvio de recursos públicos e está na lista de procurados da Interpol por corrupção. Em 2012, o PT perdeu o apoio da deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), antes na vice de Haddad, por conta da paroximação com o deputado federal.