PSOL em Goiás se reorganiza e busca expandir frente ampla

07 março 2025 às 09h53

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O PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) em Goiás está passando por um processo de reorganização e fortalecimento após as últimas eleições. Em entrevista exclusiva ao Jornal Opção, Cíntia Dias, presidente do partido no estado, detalhou as metas e estratégias do PSOL para os próximos anos, bem como a avaliação sobre o cenário político local e nacional.
Ela abordou desde a relação com o PT em Goiás até os desafios enfrentados pelo partido, como a disputa pela vaga na Câmara Municipal de Goiânia ocupada por Fabrício Rosa e as repercussões internas no PSOL, em especial a divergência entre figuras nacionais como Guilherme Boulos e Glauber Braga.
Cíntia inicia sua análise sobre o momento atual do PSOL em Goiás destacando o processo de reorganização interna do partido. “O PSOL sai das últimas eleições com a certeza de que precisa mudar um pouco o discurso para conquistar mais pessoas, ampliar a compreensão sobre o socialismo e, assim, construir uma sociedade mais justa e igualitária”, explicou a presidente.
Esse movimento de reestruturação está sendo conduzido por meio de atividades com a base, além da participação de dirigentes nacionais do partido, que têm contribuído para a implementação de novos rumos para a sigla.
Para 2025, Cíntia apontou que um dos principais objetivos do PSOL é expandir a atuação nos municípios goianos. Ela destacou a importância do trabalho de base, como o projeto das “Cozinhas Solidárias”, e da formação de novos quadros dentro do partido.
Queremos garantir que os municípios compreendam a responsabilidade de carregar a sigla do PSOL e atrair pessoas dispostas a fortalecer o partido, criando uma base sólida e competitiva
Cintia Dias, presidente Psol, Goiás
Além disso, a presidente ressaltou que a sigla busca construir uma imagem cada vez mais alinhada com os valores de coerência e integridade, distantes da corrupção.
Relação PSOL e PT
A relação do PSOL com o PT em Goiás também foi um ponto abordado por Cíntia, que se mostrou otimista em relação à colaboração entre os dois partidos. Ela revelou que, no próximo dia 14, haverá um encontro importante com a esfera da esquerda, as lideranças do PSB compõem a frente da ação. Vão participar o PT, o PV, o PCdoB e a Rede. “Esse encontro é uma oportunidade para discutirmos questões estaduais e as propostas que devem ser defendidas por todas as siglas da frente. É um diálogo positivo, que fortalece a unidade da esquerda em Goiás”, afirmou.
Pensando já nas eleições de 2026, Cíntia adiantou que o PSOL está se preparando para fortalecer a sua presença no cenário político goiano, tanto no aspecto de nomes a serem lançados quanto em termos de alianças.
“Vamos trabalhar para fortalecer alguns nomes dentro do partido e também atrair novos quadros. Além disso, estamos discutindo a construção de uma frente de esquerda com um foco progressista, mais à esquerda do que qualquer outra corrente política”, explicou a presidente. Ela ainda ressaltou que o partido está atento às movimentações e que pretende se apresentar como uma alternativa viável para o eleitorado de Goiás.
Cíntia também comentou sobre a disputa pela vaga na Câmara Municipal de Goiânia, ocupada por Fabrício Rosa, que posteriormente se filiou ao PT. Ela informou que o caso ainda está em análise judicial, aguardando uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
A justiça é lenta e o caso ainda não teve uma sentença. Lamentamos, pois essa vaga poderia ter sido ocupada por outras lideranças do PSOL, mas estamos trabalhando dentro das regras do jogo
Cintia Dias, presidente Psol, Goiás
Com vistas ao futuro, a presidente do PSOL em Goiás reafirmou o compromisso da sigla com a luta pelo socialismo e a construção de uma sociedade mais justa. “Nosso objetivo é fortalecer o partido, trazer novos nomes, ampliar nossa base e continuar a trabalhar por um Brasil sem corrupção e com políticas públicas que realmente atendam à população”, concluiu.
O PSOL de Goiás, portanto, segue em sua trajetória de fortalecimento, com um olhar voltado para o futuro político e eleitoral, mantendo sua identidade e os princípios que guiam sua atuação. Sob a liderança de Cíntia Dias, o partido se prepara para os desafios dos próximos anos, com foco na ampliação da base, no fortalecimento da esquerda e na luta por um projeto de sociedade mais justa e igualitária.
Psol está rachado?
Em relação à possível divisão interna no PSOL, especialmente com os desentendimentos entre Guilherme Boulos e Glauber Braga, Cíntia minimizou o impacto desses episódios. “Houve, sim, uma discussão acalorada entre Glauber e Boulos, mas isso não abala a organização do PSOL. O partido é muito identitário e, apesar de discussões tensas em congressos, seguimos firmes em nossos princípios”, disse. A presidente acrescentou que, em momentos de divergências, o partido sempre se reorganiza e mantém o foco no seu projeto político.

Ao ser questionada sobre os boatos envolvendo um possível convite de Guilherme Boulos para um ministério, Cíntia foi clara ao afirmar que não há fundamento nessas especulações.
“Não existe nenhuma proposta formal para um ministério. São apenas rumores, e o PSOL segue focado no que é realmente importante para o partido e para a sociedade”, declarou. Para ela, o PSOL tem uma direção bem definida e não se deixa levar por boatos ou desinformação.
A presidente também destacou a importância de um relacionamento saudável e produtivo com outras lideranças do PSOL e figuras da esquerda nacional. “A troca de informações e a troca constante de ideias são fundamentais para manter a unidade do partido e garantir que nossas propostas sigam em sintonia com as necessidades de Goiás e do Brasil”, afirmou Cíntia.
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