Apesar da proximidade do evento, a legenda tem pouca coisa de concreto para as eleições deste ano

Foto: Fernando Leite/Jornal Opção
Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

A candidatura de Vanderlan Cardoso ao governo estadual vai ser oficializada neste sábado (14/6) durante convenção do PSB na Assembleia Legislativa. Com a presença do pré-candidato à presidência pelo partido, Eduardo Campos, espera-se que seja formatada, ao menos parcialmente, a chapa majoritária e definidos alguns nomes para os cargos proporcionais.

Segundo a coordenação do partido, em Goiás há quase cem pré-candidatos para as vagas de deputado estadual e federal. Como as alianças ainda não estão fechadas, não está acertado quantos serão efetivamente candidatos.

Apesar da proximidade do evento, a legenda tem pouca coisa de concreto para as eleições deste ano. As únicas alianças com que o PSB pode contar atualmente são com o PRP, de Jorcelino Braga, e o PSC, de Joaquim Jacinto de Lima. Há alguns meses, Vanderlan tinha como (quase) certos os apoios de Flávia Morais (PDT) e Ronaldo Caiado (DEM), mas questões pontuais acabaram afastando os dois da possível aliança.

O contratempo com Caiado surgiu depois que a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, provável candidata à vice-presidência da República, vetou a aliança da legenda com um “inimigo histórico dos trabalhadores rurais”, referindo-se diretamente ao deputado goiano, notório por ser um defensor do agronegócio. A proibição enfraqueceu a chapa de Vanderlan, que encontrou em Aguimar Jesuíno, procurador da Advocacia-Geral da União, o seu nome para o Senado.

No caso de Flávia Morais, a situação foi ainda mais complicada. Primeiramente, ela sinalizou que o PDT caminharia junto com o peemedebista Júnior Friboi, apesar de possuir maiores afinidades com o grupo pessebista. O motivo seria a possibilidade de uma chapa mais competitiva para seu partido e a asseguração de sua própria eleição. Importante ressaltar que apesar da aproximação com Friboi, o PDT não chegou a formalizar apoio a nenhum pré-candidato, mantendo conversas inclusive com o grupo do possível candidato situacionista, Marconi Perillo (PSDB)

A situação entre Flávia Morais e Vanderlan Cardoso se complicou quando a deputada federal disse que Vanderlan não tinha plano político definido e que poderia, inclusive, compor com o governador Marconi Perillo (PSDB). As declarações mexeram com o brio do pessebista, que há muito se coloca como o único pré-candidato ao governo com um projeto político definido e oficializado em Goiás.

“Não faço política para prejudicar os outros. Ninguém vai me ver afirmando que pré-candidato A ou B vai desistir do seu projeto para fazer uma composição”, disse Vanderlan em resposta à deputada. Ele ressaltou que sua pré-candidatura é a única definida no Estado e que não depende de fatores externos para se viabilizar.

“Não estou conversando com nenhum grupo. Isso é coisa da cabeça dela. Há muito tempo não falo com a deputada Flávia. Ela não tem autorização minha para falar isso. Não foi conversado nada disso”, declarou ele, cravando a impossibilidade de união entre os dois nas eleições de 2014.

Recentemente surgiram rumores de que Vanderlan poderia, por fim, ser vice de Iris Rezende (PMDB), caso este decida por oficializar sua pré-candidatura ao governo nesta quarta-feira (11/6). A condição para que isto ocorresse, seria o apoio do PMDB goiano a Eduardo Campos, o que só seria possível graças ao rompimento da legenda com o PT – que aposta no nome do Antônio Gomide — no primeiro turno destas eleições, mas praticamente inviável, já que o peemedebista Michel Temer concorre na chapa da petista Dilma Rousseff.

O que resta a Vanderlan é buscar o apoio do bloco formado por PTN, Pros, PCdoB, PRTB e PPL, que tem se reunido com todos os partidos da oposição que pretendem lançar um candidato com vistas a buscar aquele que mais corresponda aos seus anseios. Com a baixa expressividade política e econômica do grupo do PSB frente aos adversários, difícil imaginar que as cinco legendas resolvam compor com o ex-prefeito de Senador Canedo.

Assim, seu projeto político pode ser o único oficializado, mas segue cercado por dúvidas e indefinições. Com os prazos apertando, Vanderlan tem de correr contra o tempo para minimizar as perdas e montar uma chapa minimamente competitiva para a disputa que se segue.