Protesto acaba em vandalismo e queima de pneus na Av. 85
03 fevereiro 2016 às 11h27

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Manifestantes da CUT, MST e MTST protestam em frente à sede da Acieg, local que recebe audiência pública sobre a privatização da Celg na manhã desta quarta-feira (3/2)

Manifestantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) invadiram na manhã desta quarta-feira (3/2) a sede da Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg). O local é sede de uma audiência pública, que é realizada desde as 9 horas desta quarta-feira (3/2), sobre a privatização da Celg.
Antes disso, os manifestantes já haviam queimado pneus e quebrado a fachada de vidro de um escritório de advocacia na Avenida 85. Segundo a Assessoria da Polícia Miltar, um membro do MST lançou uma pedra contra um escritório de advocacia em uma rua adjacente, quebrando a vidraça da fachada.
Desde o início da manhã, parte da Avenida 85 está bloqueada e agentes da Polícia Militar e Secretaria Municipal de Trânsito Transporte e Mobilidade (SMT) realizam o desvio dos veículos.
Por meio de nota a CUT explicou que a avenida foi bloqueada depois que representantes dos movimentos sindicais e sociais foram impedidos de entrar no auditório da Acieg, inclusive o presidente da CUT, Mauro Rubem. Segundo o Tenente Coronel da Polícia Militar, Ricardo Mendes, a PM controlou a entrada das pessoas, mas com o único critério de respeitar a capacidade de lotação do auditório.

Ainda segundo a PM, além dos cerca de 600 manifestantes que protestam na porta da Acieg, outras 150 pessoas, entre contrários e favoráveis à privatização, acompanham a audiência pública dentro do auditório.
O debate, marcado pelo Ministério de Minas e Energia, seria para explanar o processo de privatização da Celg, com a presença de representantes do órgão, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) e representantes de entidades contrárias e a favor da privatização. Estão presentes também o senador Ronaldo Caiado (DEM) e o deputado estadual Júlio da Retífica (PSDB).
No início da manhã, o Jornal Opção entrevistou por telefone um das únicas funcionárias da Acieg que conseguiu entrar no prédio.
Ela afirmou em entrevista que só entrou porque normalmente chega mais cedo que os outros funcionários. “Cheguei por volta das 6 horas da manhã e eles [manifestantes] já estavam aqui na porta. Consegui entrar, mas liguei para os outros colegas para que não viessem agora de manhã, pois está uma confusão. Na parte administrativa estamos apenas eu e duas funcionárias da limpeza”, relatou.
Em nota, a assessoria da Acieg afirma que a associação não participa da audiência, e apenas locou o auditório para sediar o evento. “A Acieg não participa da organização nem tem representantes no encontro, pois nesta etapa do debate ainda não foram envolvidas as entidades de classe”, escreveu o presidente da entidade, Euclídes Barbo Siqueira.
Ainda de acordo com o empresário, a Acieg respeita o protesto enquanto direito democrático. “Lamentamos pelo transtorno, mas estamos, como prestadores de serviço neste contrato de locação, atentos a qualquer risco ou dano, mas mantendo nossa postura também de respeito à democracia. Se, em qualquer momento, nos sentirmos constrangidos ou ameaçados, vamos recorrer às autoridades responsáveis e contaremos com o apoio de todos”.

Segundo divulgação do Ministério de Minas e Energia, a audiência pública sobre o processo de privatização da Celg estava marcada desde o dia 20 de janeiro. De acordo com a publicação no Diário Oficial da União, participariam representantes da Celg, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) e demais entidades que contestam ou participam do processo de privatização.