Presas por drogar e roubar R$ 40 mil de um cliente enquanto restringiam a liberdade dele, as garotas de programa Ester Rocha da Silva, de 26 anos, e Tainá Carine Silva Costa, de 29 anos, também são investigadas por outros três crimes envolvendo extorsão e furto. Entre os casos há relatos de vítimas drogadas e enganadas com uma falsa gravidez após encontros sexuais com as suspeitas, que cobravam entre R$ 150 e R$ 200 por uma hora de programa, em Luziânia.

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O prejuízo provocado pela dupla, que contou com a ajuda de uma terceira garota de programa, supera os R$ 54 mil. A Polícia Civil de Goiás (PCGO) tenta identificar e localizar a terceira prostitura envolvida nos crimes praticados desde maio de 2023. Até o momento, quatro vítimas procuraram a delegacia para denunciar as profissionais do sexo, mas a polícia acredita que ainda a mais vítimas. 

“São crimes similares, sempre envolvendo encontros. Por exemplo, casos em que o programa seria R$ 150, mas passaram R$ 1,5 mil na maquininha. São esses tipos de ocorrências envolvendo prostituição e pagamentos”, explicou o delegado Rony Loureiro.  

Falsa gravidez e drogas

A primeira ocorrência foi registrada em maio do ano passado, depois que a vítima procurou a polícia para denunciar que havia sido extorquida por uma das criminosas, que simulou uma falsa gravidez. O homem, conforme o registro policial, conheceu a investigada em um site de relacionamento e no mesmo dia, marcaram um programa por R$ 150.

Depois de um mês, em junho, a mulher entrou em contato com o cliente solicitando dinheiro, afirmando que havia engravidado. O homem, então, depositou R$ 300 para a prostituta que, poucos dias depois, pediu mais R$ 500. Na terceira investida, em julho do mesmo ano, a mulher alegou que iria realizar um aborto, mas acabou sendo denunciada pelo cliente. 

Já no dia 23 de dezembro de 2023, Tainá e Ester ofereceram uma cerveja batizada para dois clientes, que acabaram dormindo. Aproveitando o momento de vulnerabilidade, garotas de programa furtaram dinheiro e o aparelho celular de uma das vítimas, enquanto que o outro homem teve R$ 5.380 transferidos da conta bancária para o banco de uma das criminosas.

Já neste ano, em janeiro, um cliente contratou os serviços de Tainá, Ester e de uma terceira prostituta, que havia conhecido em uma lanchonete de Luziânia. Durante o programa, a vítima foi drogada e teve a carteira levada pelo trio. No registro, o homem afirma que só percebeu o crime depois de receber uma mensagem de uma transferência bancária no valor de R$ 8,5 mil. 

Roubo de R$ 40 mil

Ester e Tainá foram presas nesta terça-feira, 9, pela Polícia Civil, em Luziânia, suspeitas de provocar um prejuízo de R$ 40 mil a um cliente depois de drogar e sequestrá-lo. As mulheres, com o auxílio de uma terceira profissional do sexo, usaram o cartão da vítima, de 56 anos, para fazer compras em uma drogaria e em distribuidoras de bebidas, além de realizar transações nas próprias maquininhas que utilizavam para receber os programas.

O crime, segundo o delegado Rony Loureiro, ocorreu no dia 3 de junho, data em que o cliente marcou um encontro sexual com uma das suspeitas por meio de um site específico. Porém, ao chegar no motel combinado, a vítima teria entrado em conflito com a prostituta, visto que ela havia usado uma foto na plataforma diferente da aparência pessoal.  

“Neste descontentamento, ela sugeriu que ele contratasse uma amiga dela. Quando a amiga chegou, ela ofereceu um energético a esse senhor, que percebeu imediatamente que alguma substância havia sido colocada naquela bebida. Ele ficou tão dopado que caia frequentemente e teve a capacidade de refletir a respeito da realidade prejudicada, enquanto que o cartão ficou em posse dessas mulheres”, afirmou.

Conforme o delegado, o trio manteve o cliente em cárcere privado das 16h às 23h, enquanto realizava transações e compras.

O Jornal Opção tentou contato com as defesas das garotas de programa para que se posicionassem, mas não conseguiu localizá-las até a publicação desta reportagem. A imagem das duas foi divulgada pela Polícia Civil de Goiás.