A empresária Martha Cosac e seu sobrinho de 11 anos, Henrique Talone, foram mortos a facadas no dia 7 de outubro de 1996, no interior da confecção “Última Página”, de propriedade de Martha

Martha Cosac e Henrique Talone / Foto: Reprodução -  TV Anhanguera
Martha Cosac e Henrique Talone / Foto: Reprodução – TV Anhanguera

O promotor de Justiça Paulo Pereira dos Santos requereu ao Poder Judiciário o adiamento do julgamento de Frederico da Rocha Talone e seu primo, o major da Polícia Militar Alessandri da Rocha Almeida, denunciados pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) pelas mortes de Martha Cosac e Henrique Talone Ribeiro, ocorridas no dia 7 de outubro de 1996. O promotor, que assumiu o caso no final de abril, disse que precisa conhecer melhor todo o processo para preparar a sua sustentação antes do julgamento, previsto para ocorrer em 28 de maio.

Paulo Pereira sugere que o júri seja marcado para uma data posterior a 15 de junho. O promotor informou ainda que neste período atuará também em sessões do Tribunal do Júri marcadas anteriormente, além de ter prazo correndo para manifestação em outro processo complexo, que apura a morte do cronista Valério Luiz.

Um dos acusados, o major Alessandri, foi preso durante a Operação Sexto Mandamento da Polícia Federal em 2011, suspeito de integrar com outros militares um grupo de extermínio Goiânia, entorno do Distrito Federal, e em outros municípios do Estado.

O caso Martha Cosac

A empresária Martha Cosac e seu sobrinho de 11 anos, Henrique Talone, foram mortos a facadas no dia 7 de outubro de 1996, no interior da confecção “Última Página”, de propriedade de Martha, então no Setor Sul.

Segundo a denúncia do Ministério Público, Frederico da Rocha Talone, sobrinho de Martha, e Alessandri da Rocha Almeida teriam cometido o crime e em seguida roubaram um cheque preenchido, assinado e endossado por Martha, no valor de R$ 1,5 mil, a carteira de identidade, cartões de crédito e de banco dela, aparelho de som, jóias e dinheiro.

Frederico era empregado de Martha, responsável por serviços de contabilidade da empresa, e tinha acesso à senha pessoal da conta dela. De acordo com a denúncia, no dia do crime Martha havia chegado de uma viagem e telefonado para Frederico, pedindo que ele fosse à confecção no dia seguinte para lhe entregar cheques de terceiros que estavam com ele.

De acordo com o MP, Frederico e Alessandri foram à confecção no mesmo dia, por volta das 23 horas. Martha abriu o portão de sua residência – onde também funcionava a confecção -, os dois entraram, aplicaram-lhe golpes em regiões vitais do corpo, amarraram-lhe as mãos e os pés e, em seguida, a esfaquearam. Henrique Talone, sobrinho de Martha, foi morto em seguida por ter presenciado o crime.