Promotor do MP-GO aponta falta de segurança em Escola de Veterinária da UFG
26 setembro 2017 às 19h18

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Estudante morreu em julho depois que operador de máquinas ligou triturador sem checar

O promotor dos crimes punidos com detenção do Ministério Público (MP-GO), Vilanir de Alencar Camapum Junior, afirmou que o mais relevante no processo que investiga a morte do estudante Lucas Silva Mariano é a falta de diretrizes de segurança do trabalho na Escola de Veterinária e Zootecnia (EVZ) da UFG. A informação é do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg).
Segundo Vilanir, ele teve acesso ao caso há apenas dois dias, por isso ainda não tem nenhuma conclusão. Mas adiantou que a linha de investigação a ser seguida está ligada, principalmente, à inexistência de um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).
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De acordo com inquérito da Polícia Civil de Goiás, Lucas morreu após um operador de máquinas da faculdade de medicina veterinária acionar o triturador enquanto o jovem ainda estava dentro da máquina, sem verificar se havia ou não alguém no aparelho. O funcionário não responderá por homicídio, mas por negligência.
Em resposta às notificações do Ministério Público do Trabalho (MPT), que investiga o ambiente e as condições da EVZ, a UFG afirmou que em 2017 já realizou treinamentos aos funcionários sobre segurança do trabalho. A instituição informou, ainda, que um mapa de riscos dos setores da EVZ está em processo de elaboração, juntamente com o Programa, e será implementado “o quanto antes possível”.
“O mais relevante é que não existia um procedimento de segurança definido para o procedimento que estava sendo realizado. Eles não poderiam deixar ninguém trabalhar antes de ter um PPRA”, explica o promotor do MP.
Contradições e lacunas
Em relação à inexistência de um professor coordenando as atividades dos estudantes, o promotor não soube dizer se essa seria uma questão primordial no caso. Camapum ainda afirmou que existem divergências nos depoimentos dos estudantes: se ele estava sentado à beira da máquina ou dentro do misturador; se era necessário entrar no container para realizar o serviço de mistura ou se isso poderia ser feito de outra forma.
Por isso, o inquérito será devolvido ao 25º Departamento de Polícia Civil para que essas informações sejam esclarecidas. O delegado responsável pelo caso é Delci Alves Rocha, mas durante suas férias o caso esteve no 26º DP, sob responsabilidade de Cláudio Antônio Domingues da Silva.
Ao analisar o primeiro e o segundo laudos do MPT, o Jornal do Professor encontrou uma lacuna. Segundo o depoimento do funcionário que operava a máquina na qual Lucas se acidentou, ele realizava trabalhos aos sábados para um professor da universidade, pois seu turno era apenas de segunda a sexta-feira. A empresa Floê, da qual era contratado, confirmou em resposta ao MPT.