Nisman iria comparecer ao Congresso na manhã desta segunda-feira para detalhar a denúncia referente ao atentado contra um centro de convivência de judeus, em 1994
O promotor argentino Alberto Nisman, que denunciou a presidente Cristina Kirchner por suposto encobrimento do Irã em um atentado contra uma associação judia, foi encontrado morto, com um tiro na cabeça — conforme imprensa argentina –, no banheiro de sua casa, nesta segunda-feira (19). Autoridades do país ainda não confirmaram, entretanto, as circunstâncias da morte, e afirmam que o corpo foi encontrado no domingo (18).
Nisman iria comparecer ao Congresso na manhã desta segunda-feira para detalhar a denúncia, que também abrangia o chanceler Héctor Timerman, o deputado Andres Larroque, os militantes Luis D’elia, Fernando Esteche, ex-promotor e ex-juiz Hector Yrimia, o iraniano Jorge Khalil, entre outras autoridades.
A denúncia era referente ao atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), um centro de convivência de judeus, em 1994, que deixou 85 mortos e mais de 300 feridos. Nisman era o promotor da ação, e o processo era baseado em escutas telefônicas entre autoridades iranianas e agentes de inteligência argentinos.
Conforme denunciado, a Argentina teria assinado um acordo com o Irã para que o país sul-americano encobrisse os suspeitos do atentado em troca de impulsionar o comércio bilateral e a troca de petróleo por grãos. Na época, a Argentina sofria com uma crise energética.
Ameaças
Recentemente, em entrevista ao jornal “Clarín”, o promotor mostrou-se preocupado e disse: “Eu posso sair morto disso [do caso].”
A deputada Patricia Bullrich sustentou que ele informou, também há poucos dias, que havia sido ameaçado. Nisman entrou em contato com a procuradoria-geral para que reforçassem sua segurança. Autoridades do país informou que ele tinha 10 agentes da polícia como seguranças particulares.