Projeto que permite educação escolar em casa é repudiado por Adufg-Sindicato
20 maio 2022 às 20h52
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Entidade considerada que proposta é bolsonarista e aumentará segregação social
Projeto de Lei, nº 2.401/19, que permite a implantação de educação escolar em casa no Brasil, a chamada ‘homeschooling’, em inglês, recebeu nota de repúdio nesta sexta-feira, 20, do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato). A diretoria da instituição considerou que a “Proposta destrói o papel das escolas e aumenta o abismo social e econômico no País”.
A proposta é de autoria do governo Bolsonaro. “Considerada uma das principais bandeiras bolsonarismo, a proposta se apresenta como uma alternativa à escola em tempos de profunda evasão escolar e de inúmeros desafios enfrentados pela educação básica no sentido de recuperar a defasagem no aprendizado de milhões de crianças e adolescentes”, cita trecho do comunicado.
Para a Adufg-Sindicato, os maiores prejudicados, caso o texto seja aprovado, serão os alunos de camadas sociais mais vulneráveis, pois não teriam condições e estruturas familiares para estudar em casa. “No Brasil, diante da profunda crise que a educação enfrenta em todos os níveis, esse projeto é mais uma forma de justificar a redução orçamentária, a precarização do ensino e das condições de trabalho para professores e professoras, o sucateamento das escolas e ainda a disseminação de valores discriminatórios”, denunciam.
De acordo com censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), no Brasil apenas 17,4% da população possui ensino superior completo. Nesse sentido, para o Sindicato a “escola é por excelência o lugar de garantia da identificação, atenção e combate ao trabalho infantil, à violência sexual, à insegurança alimentar e diversas outras formas de exploração ou condições de vulnerabilidade social”.
“Quando as crianças e adolescentes são afastados da escola, são apartados do pensamento crítico e da capacidade de sonhar e de construir um novo futuro e uma nova história não apenas a nível pessoal, mas também social”, compreende. A Adufg-Sincato cobra que haja educação pública, gratuita e de qualidade em todos os níveis. Assim, pede que senadores goianos votem contra a proposta e que a população pressione os representantes para não aprovarem o texto.