Levantamento mostra que metade do que o governo estima arrecadar seria pago por aproximadamente 20 mil pessoas com renda média anual de R$ 15 milhões

Foto: Foto: Marcos Santos/USP Imagens

O fim da isenção da tributação sobre lucros e dividentos, previsto no projeto de reforma do Imposto de Renda apresentado pelo Governo Federal, tem dividido a opinião de diversos especialistas, tributaristas e acionistas do mercado financeiro.

No entanto, um levantamento recentemente divulgado pelo economista Sérgio Gobetti, mostrou que metade do que o governo estima arrecadar com a volta da tributação – extinta há 25 anos – tende a ser paga por aproximadamente 20 mil pessoas com renda média anual de R$ 15 milhões. O patrimônio médio dos membros desse grupo é de R$ 67 milhões, segundo o profissional.

Conforme mostrado pelo jornal O Globo, que pediu para que o economista fizesse o levantamento com base na declaração do IR 2020, 48% do valor estimado para a arrecadação – R$ 54 milhões – acabariam pagos por contribuintes com renda superior a 320 salários mensais, ou seja, o equivalente a R$ 352 mil ao mês.

No entanto, há quem já pense em mecanismos para minimizar os repasses. Segundo o especialista, se aprovado o projeto do Governo, a expectativa para o próximo ano seria de uma arrecadação de apenas R$ 18 bilhões, uma vez que a tendência é que as empresas antecipem o pagamento dos dividendos referentes a este ano. A manobra pode ser feita com objetivo de se evitar a tributação. Porém, para o ano de 2023 não haveria possibilidade semelhante sendo, para aquele ano, esperada a arrecadação de montante na faixa dos R$ 54 bilhões.