Projeto de lei apresentado na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) prevê medidas mais rígidas para recuperação de áreas atingidas por incêndios no Estado. De autoria do deputado Mauro Rubem (PT), a proposta estabelece que a ocorrência de fogo em áreas de preservação permanente, reservas legais ou de uso restrito não altera a classificação do espaço, cabendo ao proprietário promover a recomposição da vegetação, seja por regeneração natural assistida, seja pelo plantio de espécies nativas.

O texto ainda prevê penalidades para casos em que for comprovada a responsabilidade do proprietário. Nesses casos, além da obrigação de recuperar integralmente a área degradada, o responsável ficará impedido de acessar linhas de crédito rural, financiamento ou incentivos fiscais concedidos pelo Estado até que a recomposição seja concluída.

Mauro Rubem. Foto: Guilherme Alves/ Jornal Opção

Segundo Mauro Rubem, a proposta busca responder ao avanço das queimadas no Estado, especialmente nos meses de setembro e outubro, quando o tempo seco potencializa os incêndios no Cerrado. “Precisamos montar brigadas de combate a incêndio, fortalecer a fiscalização e ampliar a mobilização social. O fogo afeta pequenos, médios e grandes produtores, provocando enormes prejuízos”, afirmou.

O deputado destaca que o projeto também dialoga com o cenário internacional, já que o Brasil será sede da COP 30, em 2025. Para ele, é necessário criar mecanismos que reforcem a proteção ambiental no país, “na contramão do enfraquecimento da legislação ambiental aprovado pelo Congresso Nacional”.

Mauro Rubem defende ainda a utilização de recursos do Fundeinfra, fundo abastecido pela contribuição de setores como mineração e agronegócio, para financiar projetos de recuperação ambiental em áreas degradadas. “O Fundeinfra tem origem em atividades que impactam fortemente o meio ambiente. É justo que parte desses recursos seja destinada à regeneração ou mitigação dos danos provocados”, argumentou.

A proposta também prevê articulação com programas de incentivo já existentes, como linhas de crédito sustentáveis do BNDES voltadas à transição energética e à recomposição florestal. Caso seja aprovada, a medida reforçará a obrigação legal dos proprietários em recuperar áreas atingidas por queimadas e ampliará os instrumentos de combate aos impactos ambientais no Estado.

Leia também:

Após ação de Mauro Rubem, multa contra Frigorifico Goiás pode chegar a R$ 300 mil

Dono do Frigorífico Goiás se defende: “Petista não é proibido de entrar, mas não é bem-vindo”