Programa de prevenção à violência em escolas de Goiás usa métodos criados em Harvard; entenda

21 agosto 2023 às 18h29


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O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), firmou a primeira parceria de um método de prevenção à violência nas escolas do País. O programa Levemente utiliza uma metodologia desenvolvida por uma professora latino-americana da Universidade de Harvard e visa “construir um ambiente acolhedor para os alunos, além de instrumentalizar formas de detectar e prevenir possíveis casos de violência na comunidade escolar.” No entanto, vale destacar que, pelo menos por enquanto, a nova metodologia está restrita às Escolas do Futuro de Goiás (EFGs).
A técnica, chamada Pre-Texts, foi criada pela professora Doris Sommer. Um projeto com base nesta metodologia foi desenvolvido com sucesso em escolas públicas de Boston, Massachussetts (EUA), além de escolas na Alemanha e outros países da América Latina.
O projeto é pioneiro no país, aponta o titular da Secti, José Frederico Lyra Netto. “Juntamos a Universidade Federal de Goiás e o método desenvolvido pela professora da Universidade de Harvard. Essa parceria é no âmbito da ciência e tecnologia e tem dois componentes: a formação de professores e uma etapa com os próprios alunos”, explica.
Segundo o secretário, o projeto busca “um olhar da porta para dentro, olhando a saúde emocional dos alunos”, conta.
Já o vice-governador Daniel Vilela destacou que há uma somatória de ferramentas e os estudos para “garantir a segurança e a boa formação socioemocional” dos estudantes. “Hoje, lançamos uma alternativa fruto de estudos e de pesquisas com professores renomados mundialmente”, afirmou.
No entanto, vale destacar que, pelo menos por enquanto, a nova metodologia está restrita às EFGs.
Desenvolvimento de competências
A professora Doris Sommer, que participou do lançamento do projeto, explicou que a metodologia criada por ela permite aos alunos desenvolverem competências como a análise crítica e criativa de textos e aprender a conhecer e reconhecer as diferenças dos outros.
“Há quem diga que os seres humanos são naturalmente agressivos. Prefiro dizer que somos seres dinâmicos. Intervimos no mundo e fazemos do mundo o nosso espaço de intervenção. Para quem quer resguardar uma situação existente, a intervenção é vista como agressividade. Para quem vê que o mundo tem muitas possibilidades, cada intervenção pode ser uma ponte”.
A idealizadora da metodologia veio a Goiás para oficinas com professores e alunos e auxiliar na formação de como lidar com os desafios ligados à violência nas escolas. Ela visitou a EFG Luiz Rassi, em Aparecida de Goiânia.
O diretor da EFG de Santo Antônio do Descoberto, Leandro Nery, disse, inclusive, que já é possível colher os primeiros frutos do projeto.
“O programa veio justamente para instrumentalizar a identificação de potenciais riscos ou pessoas da comunidade acadêmica que esteja passando por algum transtorno ou necessidade de apoio psicológico e emocional. Temos alguns alunos que estão sendo acompanhados e é significativa a melhoria da saúde emocional que estão tendo”, concluiu.
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