Simsed mantém greve, rebate críticas e chama Sintego de “pelego”

17 abril 2015 às 15h05

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Assessoria dos professores grevistas confirma que não tem ligação com sindicato de Bia de Lima: “Não representa os servidores da educação”

Bruna Aidar
Depois da presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima, afirmar de que eles não apoiam a greve dos professores municipais, o Sindicato Municipal dos Trabalhadores da Educação (Simsed), fez questão de ressaltar que os dois realmente não tem nenhuma ligação. “O Sintego não tem nada a ver com a categoria, nem conversa com os professores”, explicou a assessora do Simsed.
O Simsed é uma entidade nova, surgida da desavença entre um grupo do atual comando de luta e o Sintego. Segundo ela, a categoria não tinha representação nas reuniões do Sintego, o que os motivou a reunir-se em um novo movimento sindical.
“A diretoria da Sintego é filiada à CUT (Central Única dos Trabalhadores) e o sindicato é pelego, vai até o patrão e faz as negociações sem falar antes com a categoria”, afirma Viviânia Medeiros. De acordo com a assessora, o Sintego, mesmo não representando os grevistas, se reuniu com o prefeito Paulo Garcia (PT) sem decidir as pautas de reivindicação em assembleia.
Um exemplo é o quinquênio de 10%, que o Sintego conseguiu fazer aprovar. Viviânia ressaltou que este não é um dos pontos fundamentais da greve. “A pauta maior é a revogação do Decreto da Prefeitura que tirou direitos adquiridos dos trabalhadores”, diz, referindo-se ao Decreto nº 2.718, que instituiu medidas de cortes de gastos.
Viviânia aponta ainda que o interesse do Sintego é em explorar financeiramente os cerca de 15 mil trabalhadores da educação. “Pra eles, é uma questão de dinheiro. Pra os trabalhadores não, é uma questão de representação”, finaliza.
A greve
Desde a última terça-feira (14/4), professores e funcionários da Rede Municipal de Educação, representados pelo Simsed, estão em greve. O movimento já atinge 203 escolas, o que corresponde a 56% da rede paralisada. A categoria pretende continuar de braços cruzados até que o prefeito negocie suas reivindicações.
A principal motivação da greve é o Decreto nº 2.718, que corta alguns benefícios e direitos dos servidores municipais, como licenças e gratificações.
Outro ponto ressaltado pelo movimento é o não-cumprimento da promessa de Campanha de construir Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs). Segundo eles, o prefeito inaugurou apenas 10% das unidades prometidas.