Professores manifestantes da Assembleia dizem que não querem negociar
27 maio 2015 às 19h06

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Grevistas da Educação estadual que se movimentam na Assembleia Legislativa garantem que negociação é com o Sintego. “Somos um movimento reivindicatório”

Professores da Mobilização Professores de Goiás foram novamente à Assembleia Legislativa protestar nesta quarta-feira (27/5). Em entrevista ao Jornal Opção Online, João Coelho, integrante do movimento, disse que o grupo foi chamado para dialogar, mas que esse não é o desejo do momento. “Neste momento, não é isso que queremos. Quemos que a Assembleia abra as portas para os professores.”
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De acordo com João Coelho, quem negocia é o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Goiás (Sintego). “Não queremos negociar agora. Se quisessem conversar, que deixassem a gente entrar pela porta da frente. E é todo mundo junto, não uma comissão”, disse. Questionado sobre quando o grupo pretende aceitar o convite do presidente Helio de Sousa (DEM), João afirmou que ainda não sabe. “Temos que nos reunir.”
Na tarde desta quarta-feira, as portas principais da Casa foram fechadas para impedir que manifestantes entrassem. Mais tarde, eles puderam acompanhar a sessão nas galerias. Servidores e visitantes puderam entrar na Casa apenas pela porta dos fundos.
Na última terça-feira (26), houve um confronto entre servidores em greve e a Polícia Legislativa. Conforme João, o grupo foi ao 1º Distrito Policial registrar ocorrência contra os funcionários da Assembleia que os agrediram. Nesta quarta pela manhã, representantes do movimento foram à sede do Ministério Público de Goiás (MPGO) se encontrar com promotores.

O líder do governo José Vitti (PSDB) disse em entrevista que estão todos dispostos a negociar, a receber representantes, mas que não há o mesmo desejo por parte dos grevistas. “Iremos continuar trabalhando enquanto der. Quando o movimento for mais violento e impossibilitar o trabalho da Casa, eu acho que a presidência e os demais deputados vão chegar a um acordo para que eles não possam mais entrar”, disse.
Vitti ainda emitiu opinião contrária ao movimento, dizendo não o ver como legítimo. Conforme parlamentar, um movimento legítimo possui um representante e um propósito, o que, de acordo com ele, não há neste movimento. “Não vai levar a nenhum lugar. E vai chegar num momento em que vamos entender realmente que eles querem é anarquia”, pontuou.

Presidente da Casa, Helio de Sousa garantiu que respeita qualquer tipo de manifestação, mas que tudo deve ter um limite. “Se o limite estender acima do previsto, tomaremos as providências.”
O democrata disse ainda que os grevistas são bem vindos, mas que não pode concordar com a entrada de pessoas encapuzadas e portando lixos — o que ocorreu na última terça-feira, quando houve conflito entre a Polícia Legislativa e os manifestantes.
Helio se dispôs a conversar, e disse que o seu gabinete está aberto para aqueles que quiserem negociar.
Nem a oposição
A atuação da “Mobilização Professores de Goiás” na Assembleia não agrada nem a oposição. Além de Adib Elias (PMDB), que se exaltou e chamou os grevistas de “preguiçosos”, Simeyzon Silveira (PSC) disse que a intenção da Casa não é gerar violência e força. “É o que eles querem, para ganhar mídia”, disse.
Simeyzon explicou ao Jornal Opção Online que o código de funcionamento da Assembleia permite que o presidente retire qualquer um que atrapalhe o rendimento das sessões. “Mas enquanto pudermos evitar o uso da força, iremos evitar.”
O deputado garantiu que nesta quarta-feira (27) houve um acordo com o grupo para que eles não atrapalhassem a sessão. Simeyzon disse ainda que, como o acordo não foi cumprido, não sabe dizer como será levada a questão na próxima quinta-feira (28).