COMPARTILHAR

Grevistas da Educação estadual que se movimentam na Assembleia Legislativa garantem que negociação é com o Sintego. “Somos um movimento reivindicatório”

20150527_165236
Professores disseram que agora não querem conversar. “Negociação é com o Sintego. Somos um movimento reivindicatório”, disse João Coelho, professor integrante da Mobilização Professores de Goiás | Foto: Sarah Teófilo

Professores da Mobilização Professores de Goiás foram novamente à Assembleia Legislativa protestar nesta quarta-feira (27/5). Em entrevista ao Jornal Opção Online, João Coelho, integrante do movimento, disse que o grupo foi chamado para dialogar, mas que esse não é o desejo do momento. “Neste momento, não é isso que queremos. Quemos que a Assembleia abra as portas para os professores.”

[relacionadas artigos=”36747,36753,36654″]

De acordo com João Coelho, quem negocia é o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Goiás (Sintego). “Não queremos negociar agora. Se quisessem conversar, que deixassem a gente entrar pela porta da frente. E é todo mundo junto, não uma comissão”, disse. Questionado sobre quando o grupo pretende aceitar o convite do presidente Helio de Sousa (DEM), João afirmou que ainda não sabe. “Temos que nos reunir.”

Na tarde desta quarta-feira, as portas principais da Casa foram fechadas para impedir que manifestantes entrassem. Mais tarde, eles puderam acompanhar a sessão nas galerias. Servidores e visitantes puderam entrar na Casa apenas pela porta dos fundos.

Na última terça-feira (26), houve um confronto entre servidores em greve e a Polícia Legislativa. Conforme João, o grupo foi ao 1º Distrito Policial registrar ocorrência contra os funcionários da Assembleia que os agrediram. Nesta quarta pela manhã, representantes do movimento foram à sede do Ministério Público de Goiás (MPGO) se encontrar com promotores.

"As portas do meu gabinete estão abertas para todos aqueles que quserem dialogar", afirma presidente da Assembleia, Helio de Sousa (DEM |Foto: Marcos Kennedy
“As portas do meu gabinete estão abertas para todos aqueles que quserem dialogar”, afirma presidente da Assembleia, Helio de Sousa (DEM), ao centro |Foto: Marcos Kennedy

O líder do governo José Vitti (PSDB) disse em entrevista que estão todos dispostos a negociar, a receber representantes, mas que não há o mesmo desejo por parte dos grevistas. “Iremos continuar trabalhando enquanto der. Quando o movimento for mais violento e impossibilitar o trabalho da Casa, eu acho que a presidência e os demais deputados vão chegar a um acordo para que eles não possam mais entrar”, disse.

Vitti ainda emitiu opinião contrária ao movimento, dizendo não o ver como legítimo. Conforme parlamentar, um movimento legítimo possui um representante e um propósito, o que, de acordo com ele, não há neste movimento. “Não vai levar a nenhum lugar. E vai chegar num momento em que vamos entender realmente que eles querem é anarquia”, pontuou.

Portas principais da Assembleia foram fechadas. Aviso colado na porta explicava que entrada somente pelos fundos | Foto: Sarah Teófilo
Portas principais da Assembleia foram fechadas. Aviso colado na porta explicava que entrada somente pelos fundos | Foto: Sarah Teófilo

Presidente da Casa, Helio de Sousa garantiu que respeita qualquer tipo de manifestação, mas que tudo deve ter um limite. “Se o limite estender acima do previsto, tomaremos as providências.”

O democrata disse ainda que os grevistas são bem vindos, mas que não pode concordar com a entrada de pessoas encapuzadas e portando lixos — o que ocorreu na última terça-feira, quando houve conflito entre a Polícia Legislativa e os manifestantes. 

Helio se dispôs a conversar, e disse que o seu gabinete está aberto para aqueles que quiserem negociar.

Nem a oposição

A atuação da “Mobilização Professores de Goiás” na Assembleia não agrada nem a oposição. Além de Adib Elias (PMDB), que se exaltou e chamou os grevistas de “preguiçosos”, Simeyzon Silveira (PSC) disse que a intenção da Casa não é gerar violência e força. “É o que eles querem, para ganhar mídia”, disse.

Simeyzon explicou ao Jornal Opção Online que o código de funcionamento da Assembleia permite que o presidente retire qualquer um que atrapalhe o rendimento das sessões. “Mas enquanto pudermos evitar o uso da força, iremos evitar.”

O deputado garantiu que nesta quarta-feira (27) houve um acordo com o grupo para que eles não atrapalhassem a sessão. Simeyzon disse ainda que, como o acordo não foi cumprido, não sabe dizer como será levada a questão na próxima quinta-feira (28).