Professores acusados de agredir Rogério e Thelma Cruz têm passagens pela polícia
31 março 2022 às 23h06

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Os dois possuem a média salarial de R$ 8,3 mil pelo município e, após assinatura de TCO, foram liberados
Os professores detidos durante protesto em frente ao Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) na Vila Areião, nesta quinta-feira, 31, sob acusação de agredir o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) e a primeira-dama Thelma Cruz (Republicanos), foram identificados e confirmado que ambos já possuíam passagens pela polícia. Os dois assinaram um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) na delegacia e foram liberados.
O professor que subiu no carro oficial do prefeito Rogério Cruz é Renato Regis do Carmo. Segundo a polícia, ele tem passagem por lesão corporal, desacato e resistência. De acordo com o Portal da Transparência da Prefeitura de Goiânia, Renato possui remuneração de R$ 5.866,73, portanto, acima do piso nacional estabelecido pelo governo federal para a categoria a partir de 2022, que é de R$ 3.845,63. Já o outro professor, Hugo Alves Rincon, tem passagens por ameaças e perturbação do sossego alheio.
Em 2013, Hugo foi detido no Setor Central com materiais que, segundo a polícia, poderiam ser usados para confecção de “Coquetel Molotov” (arma química) – um frasco de 1L de álcool, quatro caixas de fósforos e duas camisetas de algodão. Na época, o professor foi autuado pela prática de transporte sem licença de substância ou engenho explosivo. Hugo recebe dois salários pelo município de Goiânia: um de R$ 6.012,69 e outro de R$ 4.897,32. Ao todo, a remuneração mensal deles chega a R$ 10.910,01. Valor acima do que é pago para um professor doutor da Universidade Federal de Goiás (UFG), por exemplo, que é de R$ 9.616,18 e apenas quando há dedicação exclusiva dos doutores. No município, a maior dos professores tem apenas especializações.
Os dois casos se encaixam na proposta de reajuste de 7,5%, porque ambos já recebem muito acima do valor estabelecido para o piso nacional. A prefeitura defende o pagamento do novo piso, cujo reajuste foi definido em 33,32%, apenas para os professores que ganham abaixo de R$ 3.845,63, impostos para jornada de 40 horas por semana. A ideia do Paço é nivelar este valor mesmo para os que só trabalham 30 horas semanais. Os manifestantes, por outro lado, querem aumento de 33,32% para todos os professores, inclusive para os que já recebem acima de R$ 10 mil, e mesmo para os que não cumprem 40 horas semanais.
A presidente do Sintego, Bia Lima, criticou a situação. Segundo ela, os dois professores detidos nesta quinta-feira não fazem parte do sindicado. Bia diz ainda que o grupo (ela se refere ao Simsed – Sindicato Municipal dos Servidores da Educação de Goiânia) tenta se intitular sindicato sem conseguirem se firmar como tal. “Nunca foi sindicato, nunca teve registro sindical. Eles têm buscado se firmar de maneira truculenta e nós não concordamos com isso”, afirma.