Anúncio de medida vem um dia depois da presença de um vereador tucano ter sido confirmada no painel eletrônico sem que estivesse em plenário

Painel da Câmara registrou presença sem que vereador estivesse no plenário. Foto: Marcello Dantas/Jornal Opção Online
Painel registrou presença sem que vereador estivesse no plenário. Fotos: Marcello Dantas/Jornal Opção Online

O presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Clécio Alves (PMDB), propôs que as votações de projetos e o registro de ponto eletrônico por parte dos vereadores na Casa seja feita por meio de sistema biométrico. A intenção de rever a instalação de novos equipamentos foi anunciada na sessão desta quinta-feira (15/5), um dia após a polêmica envolvendo o vereador Thiago Albernaz (PSDB), que teve a presença registrada em plenário enquanto estava em reunião no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). A ausência, garantiu o tucano, havia sido justificada em ofício à Mesa Diretora há 15 dias.

Logo após Clécio falar a respeito da medida, ele foi retrucado por Djalma Araújo (SDD). “Não vai dar certo”, disse, ao passo que o peemedebista insistiu que a proposta vai funcionar. Na sessão de hoje, Thiago Albernaz negou os rumores de que algum outro vereador tivesse registrado sua presença. “Ninguém sabe a minha senha. Aproveitei para alterá-la”, informou, acrescentando que espera que os equipamentos digitais do plenário sejam auferidos constantemente.

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Equipamento utilizado por Paulo Magalhães ficou danificado na sessão desta quinta-feira

A Câmara ficou sem acesso à internet e a transmissão das sessões no Canal Legislativo na semana foi prejudicada. Ao final dos trabalhos, enquanto Djalma Araújo estava escorado na mesa de Paulo Magalhães (ambos do SDD), a gaveta da mesa desgrudou e caiu no chão, espalhando documentos e outros papeis.

Desculpa

Integrante do bloco moderado, Zander Fábio (PSL) desacredita que o fato só ocorreu porque o sistema digital da Câmara é arcaico. Porém, relatou que já ocorreram casos em que registrou sua senha em sua mesa mas, posteriormente, ela ficou aberta na mesa de outro vereador. Cada um tem uma senha para a conferência de quórum e votação de projetos.

Zander Fábio concorda com o uso da digital eletrônica, mas alertou que é preciso listar os custos decorrentes da troca de equipamentos. O vereador acredita que a falha seja uma “desculpa” para que o painel seja trocado.

Quórum

Defensor de que o ponto eletrônico na Câmara seja registrado três vezes pelos colegas vereadores, Paulo Magalhães (SDD) afirmou que voltará a apresentar projeto que prevê a conferência em três horários: às 9 horas, na abertura dos trabalhos legislativos; às 10h30, e no final da sessão, às 12h. O projeto foi rejeitado há quase um ano por 17 votos contra 14. Conforme o texto, a ausência sem justificativa imporia desconto nos subsídios dos faltosos. Segundo o político, sua proposta –– considerada polêmica por muitos –– tem 22 assinaturas atualmente.

Na visão de Paulo Magalhães, na Assembleia Legislativa a situação é crítica em relação a presença dos deputados, que já estão se dedicando a seus projetos eleitorais com visitas aos municípios do interior. Nos últimos dias, o presidente do Poder Legislativo estadual, o deputado Helder Valin (PSDB), negociou com cada parlamentar para que comparecessem na Casa para a apreciação de matérias.

Nesta semana, em entrevista ao Jornal Opção Online o tucano afirmou que solicitou o empenho aos colegas e não descartou a possível instituição de ponto eletrônico aos políticos, tendo frisado ser esta uma medida extrema.

Por isso, argumentou Paulo Magalhães, quer a aprovação de sua propositura. “Na Assembleia é desse jeito [falta de quórum], mas aqui, enquanto eu estiver presente, isso não vai acontecer. Quero que a sociedade vire os olhos para o plenário [da Câmara] e veja minha solidão aqui”, disse ele, complementando que vários de seus pares poderão não comparecer nas sessões porque vão concorrer as eleições deste ano.