Presidente do Sindibares trata novo decreto como “tragédia” para o setor
01 março 2021 às 19h02

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Segundo Newton Pereira, houveram “erros de estratégia” por parte dos poderes estadual e municipal no enfrentamento a Covid-19

Nesta segunda-feira, 1, passou a vigorar um novo decreto em Goiânia que limita as atividades de bares e restaurantes ao funcionamento apenas por delivery. A decisão de restringir as atividades foi tomada após o aumento no número de casos de Covid-19 na capital e da ocupação dos leitos de UTI.
Presidente do Sindicato dos Bares e Restaurantes de Goiânia (Sindibares), Newton Pereira afirmou em entrevista ao Jornal Opção que o novo decreto é uma “tragédia” para os bares e restaurantes, pois não são todos que trabalham com essa modalidade de atendimento e, daqueles que trabalham, o delivery corresponde apenas a 30% do faturamento. Cerca de seis mil funcionários contratados com contrato de experiência nos últimos dois meses de 2020 estão sendo demitidos, pois, segundo Newton, “não faz sentido continuar com esses contratos diante da indefinição das atividades no município”.
Para Newton, os maiores “vilões” para o aumento do casos de coronavírus em Goiás e consequentemente em Goiânia, foram as eleições municipais, passando pelas festas de final de ano, férias escolares e por fim o carnaval. O presidente do Sindibares isentou os bares e restaurantes pelo aumento no número de casos e afirmou que o que deveria realmente ser combatido são as aglomerações e festas ilegais. “O que deveria ser combatido são as festas ilegais, aglomerações e estabelecimentos que atuam de forma ilegal”, destacou.
Agora, os bares e restaurantes buscam formas de diminuir os efeitos das decisões e decretos sobre as finanças dos estabelecimentos. Segundo Newton, há articulações do segmento de bares e restaurantes com o Governo Federal para o retorno do auxílio emergencial e o pagamento dos salários dos funcionários para os segmentos atingidos pelo decreto. Newton Pereira criticou as decisões tomadas pelo poder municipal e estadual, pois o prefeito Rogério Cruz (Republicanos), apenas fecha os estabelecimentos, sem oferecer uma contrapartida. “O governo deveria propor uma contrapartida para ajudar estes empresários que sofreram mais com a pandemia”. Enquanto os boletos de cobrança dos impostos chegam aos proprietários de estabelecimentos. “Eles decretaram o fechamento, mas mantém a cobrança de taxas e impostos, o que é inaceitável”.
O presidente do Sindibares apontou erros das gestões municipal e estadual, pois segundo ele, os chefes do poder executivo não se prepararam para a 2ª onda. Segundo Newton, o colapso da saúde em Manaus foi uma demonstração do que estava por vir, mas os governantes não tomaram nenhuma providência para aumentar os leitos de UTI na ocasião. “Houveram erros de estratégia por parte do Estado e da prefeitura e agora todo o peso das medidas, dessa consequência nas costas dos empresários, principalmente os empresários de bares e restaurantes de Goiânia”, criticou.