Deputado estadual e presidente do PSDB em Goiás, Gustavo Sebba recebeu a reportagem do Jornal Opção em seu gabinete, na Assembleia Legislativa, onde detalhou os rumos do partido nestas eleições. Apesar do encolhimento do PSDB nos últimos anos – hoje, a legenda tem apenas um vereador com mandato em Goiânia -, o parlamentar garante que os tucanos se reorganizaram e cresceram, se preparando para o pleito que se aproxima.

Gustavo Sebba disse estar confiante da presença do candidato tucano à Prefeitura de Goiânia, Matheus Ribeiro, no possível segundo turno da eleição municipal, mas adiantou: não deve haver aliança nem com a candidata da esquerda, e nem com o candidato do governo.

Veja a entrevista:

Ton Paulo – Ao assumir a direção do diretório estadual do PSDB, o senhor fez um discurso afirmando que pretendia inovar o partido, mas mantendo o legado dele. A condução tem tido esse foco? O que mudou e o que continuou?

Desde que assumi, minha missão tem sido a mesma. A política é muito dinâmica e é preciso que tanto as siglas, quantos detentores de cargo, quantos participantes, digamos assim, do processo político como um todo, se adequem a essas mudanças.

No PSDB, a gente tem a mesma missão e a gente tem conseguido cumprir esse papel desde que eu assumi, que é de trazer uma renovação de ideias, evidentemente com uma renovação de novos quadros, na verdade, com novas ideias, com um processo novo de buscar lideranças que estão entrando também na política, que têm se interessado.

A gente vive um processo, acho que no Brasil como um todo, em que existe essa polarização. Essa polarização, de tantas coisas ruins que ela acaba trazendo, mas o bom é que as pessoas passaram a se interessar um pouco mais por política. Então a gente aproveita para poder realmente convidar as pessoas para poder participar do processo, para poder participar do debate, para se interessar mais. Coisa que antigamente era mais difícil.

O PSDB tem acompanhado esse processo, tem se modernizado, trazendo novos quadros, pessoas novas, jovens. Pessoas novas não só na idade, mas pessoas que às vezes não são tão novas na idade, têm uma experiência de vida grande, mas são novas na vida pública. Isso tem acontecido também em nível nacional.

Eu acho que o Marcon [Perillo], como presidente nacional, tem tido esse mesmo cuidado e tem conseguido inclusive pacificar questões antigas, de disputas internas dentro do partido. Mais especificamente aqui em Goiás, a gente conseguiu buscar novos quadros, a gente conseguiu trazer nomes de candidatos a prefeitos, candidatas a prefeita. Acredito que talvez o PSDB seja o partido que conseguiu a maior participação de mulheres nesse pleito de 2024, e isso em nível de Estado.

Esse processo de inclusão de pessoas novas, de inclusão das mulheres, a gente tem conseguido cumprir sem deixar de lado aquilo que nos norteou até aqui, que é o legado, que é a experiência, que são as obras de todo o interior. Não tem nenhuma cidade que a gente vá que não tem o legado, que não tem a marca do PSDB.

Ton Paulo – O senhor teve que fazer um trabalho de reorganização do partido quando você assumiu?

Na verdade, esse processo de reorganização já vem sendo feito desde antes de eu assumir. Desde o ano passado, o PSDB já começou uma reorganização, uma reestruturação dos municípios, onde nós passamos de 200 municípios com diretório ou com comissão provisória. A gente tem visto ultimamente muitos partidos dando rasteira em candidatos. O partido vai lá e dissolve a comissão. O PSDB não tem essa história.

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Agora, cada cidade tem as suas particularidades. O PSDB postulou candidaturas em vários lugares, em alguns o partido recuou para fazer composições, mas o PSDB deu estabilidade para os nossos candidatos terem uma base sólida, terem uma condição de disputar eleição sem interferências ou com o mínimo possível de interferências. Evidentemente que nós somos uma sigla que tem a sua ideologia, que tem as suas diretrizes, mas o partido conseguiu manter essa autonomia dos municípios para a formatação de chapas.

Ton Paulo – Em Goiânia, o PSDB tem um candidato próprio para a Prefeitura de Goiânia, que é o Matheus Ribeiro, um candidato jovem, de 31 anos. Como o senhor enxerga as críticas de que ele é muito jovem para o pleito e para o cargo de prefeito?

Quando não acham nada que desabone a ficha de um candidato como o Matheus, porque não tem uma pessoa que tem um currículo profissional como ele, uma pessoa idônea, um cara honesto, então aí o que vão se apegar a esse argumento. Para mim, uma grande vantagem dele é exatamente ser jovem, porque ele tem uma disposição que nenhum dos outros candidatos têm, porque ele tem uma vontade de trabalhar que nenhum dos outros candidatos têm, e ele traz consigo uma experiência muito grande.



Ele vivenciou todos os problemas do Estado no dia a dia, ele inclusive denunciava isso através do jornalismo, do trabalho dele. Aliás, ele chegou a apresentar o jornal mais assistido do país, que é o Jornal Nacional da Globo. Para fazer uma boa gestão, para resolver o problema, é a partir do momento que eu conheço a sua realidade. Eu preciso, claro, ter conhecimento técnico e boa vontade. E o Matheus tem disposição, boa vontade, tem formação técnica.

O que você vai falar de um cara que sabe tudo da cidade, todos os números, todos os dados, acompanha a realidade, que tem história de jornalismo, de conhecer todos os bairros, todas as regiões? Então, a única coisa que eles estão se apegando é falar que ele é novo demais.

Ton Paulo – Nas pesquisas de intenção de voto divulgadas até agora, o Matheus aparece em quarto ou quinto lugar, alternando nesses dois. Qual é a estratégia do PSDB para faze-lo subir nas pesquisas?

O Matheus vem crescendo já de forma orgânica. Desde o momento que a gente colocou a pré-candidatura dele como a opção do PSDB. De lá pra cá, ele vem crescendo sistematicamente, ele vem ampliando o seu trabalho e, evidentemente, isso com o conhecimento da população.

Eu entendo que quando começa o processo eleitoral, existe muita indefinição, existe muita especulação e a população acaba ficando perdida. A partir do momento que tem essa definição e começa a campanha, é quando as pessoas vão ter acesso. E aí é onde eles vão conhecer o Matheus.

Eu acredito que o Matheus, quanto mais conhecido ele se torna, e isso tem sido apontado inclusive por pesquisas, mais ele tem crescido. Nós temos uma série de fatores que vão fazer com que ele cresça, com que ele, com certeza, vá chegar no segundo turno e com condições reais de vencer as eleições.

Primeiro, o conhecimento. Ele é uma pessoa que não tem desgaste, que não tem rejeição, que está preparado, que tem uma fala muito forte, que tem um conhecimento muito importante da cidade. A partir do momento que ele for dando entrevistas, que ele for participando de debates, eu tenho certeza que o Matheus vai crescer exponencialmente.

E claro, o apoio da sigla, dos membros da sigla, o apoio do Marconi com certeza vai pesar muito. O Marconi vai entrar na campanha, vai ajudá-lo, vai com certeza, abraçar, como já tem abraçado. Mas o Marconi hoje está conduzindo um processo nacional do PSDB. O Marconi sempre foi um político de referência nacional, mas hoje ele tem ocupado um papel fundamental para o país na condução desse processo eleitoral em nome do PSDB. Como eu disse, apaziguando até conflitos de outros estados, formatando candidaturas de outros estados. Mas passado esse processo, com certeza ele vai se dedicar agora ao estado dele, à casa dele.

E Goiânia tem muito da marca do Marconi, tem muitas obras, tem um legado muito forte do Marconi, que isso com certeza vai pesar na campanha, na candidatura do Matheus.

Ton Paulo – E o Marconi, realmente, tem pretensões políticas para 2026? Ele deve se lançar ao governo ou ao Senado?

Com certeza. O Marconi é candidatíssimo em 2026. O PSDB terá candidato a governador, o PSDB terá candidatos à vaga de Senado, o PSDB terá chapas completas de deputados federais e estaduais. Isso é fato. Agora, vamos discutir entre os nomes que já compõem os quadros do partido e entre os nomes que vão vir a compor com a gente até 2026.

O Marconi estará no pleito, com certeza, e a vontade de todos os membros do partido, e acredito que da população goiana, é que o Marconi seja o nosso candidato a governo do Estado. Evidentemente, é uma tendência muito forte, é um pedido muito forte que nós fazemos a ele, e que é uma aclamação que nós temos dentro do partido. Claro que essa palavra final tem que ser dada por ele, mas eu, enquanto presidente estadual do partido, entendo que o Marconi é o nome mais preparado, mais capacitado.

Ton Paulo – E como está a formatação da chapa de vereadores do PSDB?

A chapa de vereadores do PSDB ficou extremamente competitiva, ficou uma chapa muito boa, muito bem elaborada, com nomes, com uma variedade de segmentos muito grande, uma pluralidade de segmentos.

Isso é importante, essa pluralidade na política é fundamental para que a gente possa construir uma política inclusiva, para termos vereadores e vereadoras amanhã que possam verdadeiramente representar o máximo de segmentos, o máximo de setores da nossa capital.

Nós temos excelentes nomes, não vou evidentemente ficar citando nomes, porque nós temos muitos. Nem me lembraria de todos esses nomes, mas nós temos uma vereadora atualmente, que é Aava Santiago, que faz um trabalho muito bom também. Mas entendo que na chapa que foi desenhada hoje, o PSDB tem condição tranquilamente de fazer quatro vereadores por Goiânia. E nós vamos trabalhar para isso,

A nossa chapa é composta de pessoas que querem ser candidatas, que colocaram esse nome à disposição, que no final tivemos que selecionar, inclusive, porque nós passamos o número de candidatos permitido pela lei, de pessoas querendo ser candidate. Nós tivemos que fazer um processo interno para fazer esse ajuste, essa adequação, para que alguns nomes pudessem recuar desse primeiro momento e se unir a outros nomes.

Ton Paulo – Qual a sua aposta para o Segundo turno, se houve, em Goiânia? Eu entendo que o Matheus é um dos nomes que vão estar no segundo turno. Agora, nós vamos ver com quem. Nós temos aí perfis parecidos, por exemplo, do Vanderlan, do Mabel. Mas eu entendo que o Vanderlan sai à frente.

Nós temos um perfil de uma candidata da esquerda e um candidato da direita, que fazem um papel de antagonismo entre si, e entendo que o Matheus vem com uma candidatura sólida, como um candidato de centro-direita, que faz oposição ao governo do Estado, que faz oposição ao governo federal. Ele no segundo turno vai estar aberto para dialogar com todos aqueles que queiram vir apoiá-lo, mas que evidentemente tenha um bom senso. Não é de ideologia política, mas que tenha um bom senso do atual cenário.

Eu acho difícil, por exemplo, uma composição de um candidato do governador com o nosso candidato. Eu acho difícil uma composição, por exemplo, do candidato da esquerda com o nosso candidato, porque, como eu disse, nós fazemos oposição ao governo federal, à esquerda, nós fazemos oposição ao governo estadual do governador Ronaldo Caiado.

O Matheus no segundo turno, o Vanderlan querendo vir apoiá-lo vai ser muito bem-vindo, o Fred Rodrigues querendo apoiá-lo vai ser muito bem-vindo, outros nomes querendo apoiá-lo vão ser muito bem-vindos. Não sei quem vai estar no segundo turno contra ele.