Presidente do Patriota é afastado por 90 dias por negociar ‘individualmente’ filiação de Bolsonaro
24 junho 2021 às 15h50
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Secretário-geral do diretório nacional e presidente do Patriota em Goiás, Jorcelino Braga, explica que o próximo passo da Executiva é registrar a ata da convenção de hoje em cartório
A filiação da família Bolsonaro no Patriota é polêmica e já tornou ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após a entrada de Flávio Bolsonaro ter sido considerada a ‘toque de caixa’. Desta vez, o partido decidiu, por maioria, afastar por 90 dias o presidente Adilson Barroso do comando da sigla por ter negociado “individualmente” a filiação do presidente Jair Bolsonaro.
A recente decisão foi tomada nesta quinta-feira, 24, durante convenção nacional do partido. Barroso e o senador Flávio Bolsonaro (RJ), que se filiou recentemente à sigla, não participaram da convenção e não justificaram a ausência. O vice-presidente do Patriota, Ovasco Resende, assume o comando da sigla. O afastamento de Barroso é válido por 90 dias, prorrogáveis por mais 90 dias.
O secretário-geral do diretório nacional e presidente do Patriota em Goiás, Jorcelino Braga, explica que o próximo passo da Executiva é registrar a ata da convenção de hoje em cartório. “Isso deve demorar alguns dias”, completa. Em seguida, se for aceita pelo cartório, a ata é encaminhada para o Tribunal Superior Eleitoral.
Braga explica que outro passo nesse processo de afastamento do presidente é que Adilson ainda responderá junto ao Conselho de Ética do Patriota quanto às medidas adotadas nas últimas convenções da legenda.
O secretário-geral do partido tem afirmado que não é contra a filiação do presidente Jair Bolsonaro, mas em qual condição ele embarca na legenda. Ele tem destacado que o partido é “um dos mais fiéis ao governo na Congresso. É um dos que mais vota favorável às matérias de interesse do governo no parlamento federal”.
Irregularidades
O motivo do afastamento seria que o presidente nacional, Adilson Barroso, estaria cometendo uma série de irregularidades para abrigar o presidente e seu clã no Patriotas. Entre as irregularidades, Barroso teria alterado e incluído integrantes na convenção do partido com direito a voto para garantir a aprovação do novo estatuto.
O presidente teria realizado a convenção nacional a toque de caixa e, segundo a ação enviada ao ministro Edson Fachin. “Utilizou-se de sua senha nacional do SGIP/TSE, e substituiu membros eleitos na convenção de 07/11/2018 e com direito a voto na convenção de 31/05/2021”, diz trecho do documento ao TSE.