Autoridades devem prestar esclarecimentos sobre repasse de recursos, processos de compra de vacinas e comentários acerca de declarações sobre imunidade de rebanho e suposta “guerra química” causada pela China

Antônio Barra Torres, presidente da Anvisa. | Foto: Pedro Ladeira.

Antônio Barra Torres, presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), deve ser o próximo a prestar esclarecimentos na CPI da Pandemia na próxima terça-feira, 11. Na reunião que terá início às 10:00 horas, Barra Torres falará sobre o processo de liberação de vacinas contra a Covid-19. 

Nesse mesmo encontro, o presidente da Anvisa deve falar sobre o fato da Agência ter negado a compra da vacina russa, a Sputnik V. O senador Ângelo Coronel (PSD-BA), afirma que o processo que resultou na não liberação da compra do imunizante russo foi envolto em polêmicas e que por isso precisa ser melhor esclarecido. 

Requerimentos

Requerimentos feitos a CPI da Pandemia podem resultar na convocação de dez ministros do Governo de Jair Messias Bolsonaro. Nomes como o do Ministro Paulo Guedes (Economia), Carlos Alberto Franco (Relações Exteriores), Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações) e Damares Regina Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), tiveram sua presença solicitada por meio de pedidos que foram enviados e aguardam por análise. 

Alexandre Ramagem, diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), também pode ser convocado, a fim de prestar esclarecimentos sobre a afirmação feita por Bolsonaro, de que o coronavírus teria sido criado em um laboratório e seria o resultado de uma “guerra química”. 

Parlamentares também pedem a convocação do ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra, para que ele explique se realmente chegou a fazer alusão à chamada imunização de rebanho, que é quando defende-se que apenas parte da população entre em contato com o vírus de determinada doença, adquirindo então anticorpos e fazendo com que nem todos precisem ser imunizados. 

O vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida Filho, também deve ser convocado a prestar esclarecimentos sobre o fato de ter afirmado que o alinhamento entre o governador de seu estado, Wilson Lima, e o presidente Jair Bolsonaro foi uma estratégia para uma espécie de testagem da imunidade de rebanho. Governadores e secretários de saúde de estados como Bahia, Pará, São Paulo, Ceará, Maranhão e Paraíba também podem ser convocados.