Prefeitura faz repasses a apenas 3 de 53 creches conveniadas em Goiânia
28 março 2017 às 16h39

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Segundo representante das entidades filantrópicas conveniadas com a administração municipal, situação financeira das creches é gravíssima
Representantes de entidades filantrópicas que gerenciam creches em Goiânia foram, nesta terça-feira (28/3), à sessão plenária da Câmara Municipal pedir apoio dos vereadores para o recebimento de repasses da prefeitura em atraso. Na segunda-feira (27), mães, funcionários e professores de várias creches já haviam realizado um protesto em frente ao Paço Municipal contra a falta de repasse da prefeitura às entidades filantrópicas que gerenciam as unidades educacionais na capital.
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Segundo a presidente da Associação dos Centros de Educação e Atendimento Filantrópico de Goiânia, Maristela de Castro Jardim, o secretário de governo, Samuel Almeida, prometeu transferir os valores referentes a janeiro e fevereiro ainda na segunda-feira (27), mas apenas três entidades teriam recebido os recursos e outras 50 ainda esperam o repasse. Dessas, 25 ainda têm que receber valores referentes ao ano passado.
“Precisamos receber rápido. A situação dessas 25 creches é gravíssima, porque receber janeiro e fevereiro para quem tem 6 meses sem receber infelizmente não resolve. Tem lugares em que os funcionários estão tirando dinheiro do próprio bolso para pagar a merenda das crianças”, afirmou.
Maristela explicou, ainda, que os recursos que as creches devem receber vêm do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Segundo a representante das entidades filantrópicas, o governo federal repassa R$ 400 por criança à prefeitura que, por sua vez, passa R$ 165 por criança às creches.
“Eles [a prefeitura] pegam nosso dinheiro, de cada entidade em que é feito o censo, e pagam as contas dos funcionários do município. Isso não é legal, cada um deve receber pelo seu censo. E a merenda é a mesma coisa: ela é feita pelo censo e passam o que sobra do Cmei, que é do município. Precisa ter mudança radical, não tem como continuar como está”, defendeu Maristela.
Ao falar na Tribuna Livre aos vereadores, Maristela pediu que os parlamentares que mudem a lei que criou o Conselho Municipal de Educação, permitindo que este seja composto por representantes da sociedade civil . Segundo ela, o Conselho hoje, tem representatividade apenas governamental. “ Precisamos que ele passe a ser “paritário” com a participação da administração pública e também da sociedade”.
Ao Jornal Opção, a Secretaria Municipal de Educação e Esporte (SME) informou que os repasses às instituições conveniadas são realizados bimestralmente e que a primeira parcela começará a ser repassada às instituições que não tiveram problemas na renovação do convênio nesta terça-feira (28). Em relação aos atrasos da gestão anterior, a SME afirmou que a Prefeitura de Goiânia irá avaliar os repasses junto às demais dívidas deixadas.