“Prefeitura está preocupada em arrecadar”, diz vereador sobre fotossensores
15 maio 2017 às 11h01

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CEI da SMT questionará presidente da empresa Eliseu Kopp, vencedora do processo licitatório em Goiânia, sobre indícios de superfaturamento no contrato
A Prefeitura de Goiânia tem pressa em assinar o contrato com a nova empresa que vai instalar e gerir os fotossensores da cidade. Apesar de recomendação contrária da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara Municipal que investiga possíveis irregularidades no âmbito da Secretaria Municipal de Trânsito (SMT), a administração já homologou o contrato, que deve ser assinado nos próximos dias.
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Segundo o presidente da CEI, vereador Elias Vaz (PSB), a celeridade é motivada pela falta de arrecadação em multas de trânsito causada pelo desligamento dos fotossensores. “A prefeitura está doida para arrecadar. É isso que está motivando essa pressa toda. Com todos os fotossensores ligados, a arrecadação em multas ao ano pode chegar a R$ 100 milhões”, disse ao Jornal Opção.
A comissão chegou a encaminhar ao prefeito Iris Rezende (PMDB) e ao secretário de Trânsito, Felisberto Tavares uma recomendação para que a prefeitura não assinasse contrato antes que os vereadores pudessem analisar seu teor. Mesmo após recomendação, o processo licitatório foi homologado.
“É óbvio que reconhecemos a importância dos fotossensores na cidade para a segurança dos motoristas e pedestres, mas nada justifica se aproveitar dessa necessidade para ser permissivo e admitir um contrato com tantos indícios de superfaturamento”, acrescentou o vereador.
Nesta segunda-feira (15/5) o presidente da Eliseu Kopp & Cia Ltda, Lino Murano, prestará depoimento à CEI da SMT onde deve esclarecer alguns pontos da proposta vencedora do processo licitatório.
O documento, com mais de 1,5 mil páginas, foi analisado pelos vereadores que identificaram indícios de superfaturamento na planilha de custos apresentada pela empresa. Enquanto a Trana Tecnologia, antiga gestora dos fotossensores em Goiânia, estipulou, em 2010, custo de energia elétrica em R$7,5 mil por quatro anos, a Eliseu Kopp prevê gastar R$3 milhões em cinco anos.
Também chamou a atenção dos vereadores o volume de tributos. Em 2010, o índice apresentado pela Trana era de 13% para quatro anos. Já a Eliseu Kopp aponta índice de 32% em cinco anos. “Na planilha da Trana, que já era superfaturada, o total de tributos ficaria em quase R$1,5 milhão. A Kopp diz que vai gastar R$21 milhões só com tributos. É preciso explicar isso”, diz o presidente da CEI.
Em nota publicada na última sexta-feira (12/5), a prefeitura de Goiânia afirma que o processo licitatório foi homologado após passar por “criteriosa análise jurídica da Procuradoria do Município e pelo crivo da Controladoria Geral do Município”.
Assim que assinar o contrato, a empresa Eliseu Kopp e Cia Ltda, que ganhou a licitação para operar os fotossensores nas ruas de Goiânia, terá 15 dias para começar a instalar os equipamentos nas vias da Capital.