A Polícia Federal (PF), em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou na manhã desta quarta-feira, 18, a segunda fase da operação que investiga crimes de corrupção e desvio de recursos no valor de R$ 120 milhões na Prefeitura de Cidade Ocidental, no Entorno do Distrito Federal. Entre os suspeitos está o prefeito do município, Fábio Correa (PP), além de empresas e servidores públicos.

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Um dos servidores, que esbanja uma vida de luxo nas redes sociais, teria usado o dinheiro público para comprar uma mansão de R$ 1,6 milhão, bancar viagens e até casamento de alto padrão, conforme a PF. Todos os luxos foram pagos diretamente por empresas envolvidas no esquema.

O mesmo suspeito, que recebia um salário aproximado de R$ 10 mil, teria viajado para as cidades de Dubai (Emirados Árabes Unidos), Madri (Espanha), Nova York (Estados Unidos) e Fernando de Noronha (PE) em menos de um ano. 

Ao todo, são cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em Goiás e no Distrito Federal, em endereços ligados ao atual prefeito, ao filho dele e aos outros servidores e empresários investigados. As ordens judiciais foram expedidas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

A primeira fase da operação, deflagrada em setembro deste ano, identificou elementos que envolveriam empresas de diversos ramos no pagamento de propinas a servidores públicos da Cidade Ocidental, principalmente em obras nas áreas da saúde e da educação.

Com a análise do material apreendido, os investigadores verificaram que o mesmo esquema de corrupção seria operado nos setores de transporte escolar e de aluguel de veículos. Alguns dos contratos suspeitos foram assinados em 2017 e foram prorrogados até este ano, como no caso de uma empresa de transporte escolar. 

Ela teria recebido cerca de R$ 117 milhões, mas fica sediada em um imóvel que seria de fachada, segundo as apurações. A CGU identificou ainda que quase R$ 63 milhões – mais da metade do valor do contrato – teria sido superfaturado. 

O Jornal Opção entrou em contato com o prefeito e com a Prefeitura, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.