Prefeito de Goiânia é reprovado por 55% dos goianienses, aponta Serpes
21 agosto 2014 às 11h26

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Dentre os que reprovam a administração da capital, a maioria pertence à faixa etária adulta, enquanto o maior porcentual de aprovação foi verificado entre jovens de 16 a 24 anos
Enfrentando dificuldades financeiras evidenciadas desde o início de 2014 com percalços na coleta de lixo, denúncias de supersalários na Comurg, problemas na reposição de lâmpadas nas vias públicas de Goiânia, dificuldades para fechar a folha do funcionalismo e as greves dos professores e servidores da saúde, a administração do prefeito Paulo Garcia (PT) foi reprovada por 55,1% dos 496 entrevistados pelo Instituto Serpes entre os dias 17 e 18 últimos. O número representa alta de 22,7% no porcentual de reprovação verificado na pesquisa anterior, publicada em junho de 2013.
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Neste novo levantamento, divulgado nesta quinta-feira (21/8) pelo jornal “O Popular” , consideram a gestão do petista péssima 34,3% dos goianienses e ruim 20,8%. Apenas 7,2% responderam que aprovam o desempenho do prefeito, sendo que foi de 5,6% o porcentual daqueles que avaliam a administração como boa e de 1,6% como ótima. Avaliaram como regular 36,1% dos entrevistados, sendo que 1,6% não quiseram emitir opinião a respeito.
Dentre os que reprovam a administração municipal a maioria pertence à faixa etária adulta –– em que o porcentual alcançou 45,6%; em contrapartida, a avaliação positiva ficou a cargo de jovens entre 16 e 24 anos, o que rendeu 15,2% de aprovação positiva. No que tange o nível de instrução, Paulo Garcia obteve 52% de reprovação entre os que concluíram um curso superior e 4,2% de aprovação no mesmo grupo; entre os que leem e escrevem, a reprovação foi de 36% e a avaliação positiva de 12%.
Em decorrência da delicada situação financeira do Paço Municipal, somente este ano a pasta de finanças teve dois secretários: Cairo Peixoto, que deixou o cargo no final de abril, três meses após ter sido nomeado pelo prefeito Paulo Garcia, e o que permanece no posto atualmente, Jeovalter Correa, ex-presidente da Aganp e do Ipasgo.
Em entrevista ao Jornal Opção na edição 2040 (de 10 a 16 de agosto/2014), Paulo Garcia discorreu sobre diversos aspectos da administração municipal, com destaque para a atual fragilidade financeira do Paço, que segundo ele remonta a administrações anteriores à dele. O petista garantiu que nos próximos dois anos de mandato irá reequilibrar as contas públicas de Goiânia e que deixará a prefeitura “um brinco” para o seu sucessor.
Analistas políticos afirmam que a reprovação do goianiense ao prefeito petista pode influenciar negativamente na busca de votos do candidato ao governo pelo PT, Antônio Gomide, na capital.
Buscas por soluções
Diante do impasse, o prefeito promoveu reforma no organograma da prefeitura por meio de projeto de lei encaminhado à Câmara de Vereadores ainda em 2013 e que foi aprovado em maio deste ano em meio a discussões acaloradas e críticas da oposição e de setores envolvidos, já que algumas pastas foram anexadas a outras e algumas seriam até extintas –– caso das secretarias de Turismo e Trabalho, que foram mantidas após apresentação de emendas. As duas pastas, no entanto, foram fundidas às de Esporte e Lazer e de Indústria e Comércio, respectivamente. No dia 7 de maio último Paulo Garcia anunciou reforma administrativa dentro da Comurg, com previsão de corte em torno de 40% das diretorias da pasta.
Outra medida adotada por Paulo Garcia para equilibrar as contas municipais foi a instituição do Programa de Parcelamento Incentivado (PPI), que arrecadou entre junho e julho mais de R$ 60 milhões. A iniciativa, que durou dois meses, visou facilitar a regularização de créditos da cidade, sendo possível parcelar débitos tributários gerados até 30 de abril deste ano. Pessoas físicas e jurídicas poderiam negociar os débitos do IPTU, ITU, ISS e ISTI. O contribuinte pôde parcelar dívidas com a redução do valor da multa, dos juros e da atualização monetária. Os descontos variam de 20% a 100%, conforme o número de parcelas. Com o programa, a gestão municipal tinha a expectativa de aumentar a receita em 15%, o que significava mais R$ 20 milhões por mês até o final do ano.