PR é mais um partido que dará sustentação ao presidente interino na Câmara
16 maio 2016 às 17h51

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Parlamentar por Goiás, Magda Mofatto afirma que decisão do Partido da República é de apoiar Michel Temer (PMDB) na União, até entre os que votaram contra impeachment

Dez votos contra, três abstenções, uma ausência e 26 a favor. Assim votou o PR no dia 17 de abril, quando a admissibilidade do pedido de abertura do processo de impeachment contra a presidente da República Dilmar Rousseff (PT) foi apreciada pelo plenário da Câmara dos Deputados.
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Mesmo sem orientar a bancada para a decisão sobre o assunto na votação, o Partido da República fechou questão quanto ao governo do presidente interino Michel Temer (PMDB): apoiará o peemedebista na Câmara com seus 39 deputados. “Em princípio, o PR queria estar contra o impeachment. Mas até os parlamentares do partido que votaram contra apoiam a governabilidade”, explicou Magda.
O PR fará parte do “Centrão”, novo bloco parlamentar com 225 parlamentares que darão sustentação ao governo Temer na Casa. De acordo com a deputada, a “maioria absoluta” do partido quer o que é melhor para o Brasil.
Magda lembrou que hoje se posicionam abertamente contra o governo interino, desde a semana passada, o PT e o PCdoB, que farão oposição “radical” a Temer na Câmara. “Qualquer que seja o projeto do governo eles vão votar contra, independente da proposta. Eles não querem o bem do País, eles querem o poder pelo poder. Por isso precisam sair do governo.”
Recuperação rápida?
Para a parlamentar do PR, a recuperação nacional, seja ela política ou econômica, vai demorar a acontecer. “É preciso paciência nesse momento.” A deputada defendeu que o governo federal precisa ser o primeiro a cortar na carne e enxugar sua estrutura, com a redução de ministérios e cargos. “E também vai precisar de arrumar mecanismos para arrecadar nesse momento difícil”, considerou.
Magda comparou a situação do Brasil com a de um paciente em quadro de saúde grave: “Quando você está muito doente o remédio não é agradável. Por isso serão necessárias medidas amargas que terão de ser feitas de qualquer jeito”.
Sobre o governo de Dilma, que está afastada do cargo desde quinta, Magda afirmou que a abertura do processo de impeachment focou “aqueles dois pontos que estavam no papel”, as pedaladas fiscais e os decretos orçamentários suplementares não autorizados pelo Congresso. Mas que a corrupção contou muito para que a petista fosse suspensa de suas funções.
“Quem roubou não vai devolver o dinheiro. Não tem como bater em Cuba e pedir o dinheiro de volta. A corrupção causou a quebra da Petrobras. Todos esses fatores foram considerados para se buscar um novo rumo”, pontuou Magda.