Potências mundiais divergem sobre protestos contra Nicolás Maduro na Venezuela
24 janeiro 2019 às 13h53

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Rússia afirma que intervenção dos Estados Unidos poderá resultar em catástrofe e China se opõe a interferência externa

Enquanto a União Europeia e os Estados Unidos manifestam apoio aos protestos contra o governo de Nicolás Maduro na Venezuela, outras potências, como Rússia e China, são contra interferências externas. O Kremlin já afirmou que uma intervenção estadunidense resultaria em catástrofe mundial.
Diferente do Brasil e dos EUA, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia emitiu uma nota reconhecendo Maduro como presidente do país sul-americano e considerou que esse movimento de oposição, liderado por Juan Guaidó, pode levar a derramamento de sangue.
No Facebook, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, publicou: “Os eventos na Venezuela mostram como a comunidade ocidental progressista está realmente lidando com o direito internacional, a soberania e a não-interferência nos assuntos internos dos Estados, deliberadamente mudando o poder lá”.
Os Estados Unidos, por sua vez, decidiu por reconhecer o Juan Guaidó como presidente interino venezuelano, em detrimento de Maduro, empossado no dia 10 de janeiro. Outras 14 nações, entre elas o Brasil, seguiram o mesmo caminho do país norte-americano.
Isso fez com que Maduro rompesse as relações diplomáticas com os EUA, que disse também não reconhecer a decisão, já que não o consideram presidente.
As posições do presidente venezuelano são endossadas, também, pela China, que tem emprestado bilhões ao país. Além disso, o outro defensor, a Rússia, tem fornecido apoio às Forças Armadas e à indústria do petróleo do país.
O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, também declarou apoio a Maduro. “Meu irmão Maduro! Mantenha a cabeça erguida, nós estamos com você”, disse, segundo publicação do porta-voz presidencial Ibrahim Kalin no Twitter.
A União Europeia, apesar de não reconhecer o presidente eleito, também não manifestou reconhecimento de Guaidó e defende transição pacífica de governo.