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"Bomba escatológica"

Publicação foi notícia no The Guardian, The Washington Post, BBC e outros. “Bomba escatológica”, afirma Le Monde

Francisco Costa

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) gerou uma série de discussões e repercussões após vídeo publicado no Twitter, na terça-feira, 5. A postagem apresenta uma cena escatológica em um bloco de carnaval e o gestor federal aproveitou para generalizar a situação da folia. “É isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro”, o que deu origem a defesas e críticas de internautas, mas também notícias pelo mundo.

Em extensa matéria, o britânico The Guardian deu a manchete: “Bolsonaro, do Brasil, é ridicularizado após twittar vídeo de explícito de carnaval.” No francês Le Monde, a chamada da notícia diz que “No Brasil, Bolsonaro publica no Twitter um vídeo obsceno e causa desconforto.” O jornal europeu também afirmou que a postagem foi descrita como “bomba escatológica”.

Já o italiano, Corriere della Sera, escreveu “Bolsonaro publica vídeo obsceno e a controvérsia entra em erupção”, enquanto o estadunidense, The Washington Post, diz que o presidente “do Brasil tuita vídeo obsceno”. Ainda conforme o veículo de comunicação dos Estados Unidos, o líder do executivo nacional “provocou indignação ao compartilhar um vídeo no Twitter que mostra um homem urinando na cabeça de outro homem. Bolsonaro fez o post na noite de terça-feira criticando o Carnaval. Muitos conservadores detestam as comemorações do Carnaval no Brasil, considerando-as pagãs. E o próprio presidente de extrema-direita foi um dos principais alvos da zombaria dos foliões”.

“Comportamento indecente”

Uma das chamadas de capa do inglês BBC trazia: “Líder do Brasil, Jair Bolsonaro é criticado por vídeo obsceno no Twitter.” No texto, o jornalista também diz que “o líder da extrema direita sugeriu que essas cenas estavam se tornando normais”.

Os comentários na postagem, cerca de 35 mil segundo a matéria, incluíam críticos do presidente, personalidades e até apoiadores que reprovaram o vídeo. Porém, o texto da BBC também indica simpatizantes. “Alguns usuários, no entanto, apoiaram o presidente – eleito com forte apoio de conservadores e evangélicos – condenando o que chamaram de comportamento ‘indecente’.”

Antes da postagem

Antes do ocorrido, o El País (versão original, espanhola), publicou um artigo intitulado “Brasil, (des)gobernado por Twitter” (em tradução livre, Brasil, (des)governado por Twitter), também na terça-feira, 5. Entre outras coisas, o texto diz que Jair Bolsonaro toma decisões com base na reação de seus seguidores.

“Bolsonaro tenta convencer que se movimentar de acordo com os gritos de seus seguidores é a democracia. Não é, pois dispensa qualquer instrumento que garanta a vontade da maioria dos brasileiros. Só garante o desejo de um grupo capaz de fazer seus gritos reverberarem na internet, muitas vezes usando robôs. A experiência brasileira mostrará como esse fenômeno contemporâneo evoluirá quando confrontado com a realidade.”