Poluição atmosférica pode aumentar risco de paralisia cerebral em recém-nascidos

16 julho 2024 às 18h29

COMPARTILHAR
A revista científica Jama Network Open publicou recentemente um estudo do Canadá que revela uma conexão entre o desenvolvimento neurológico de recém-nascidos e a poluição do ar.
Isso ocorre porque a grávida compartilha seu sistema com o feto. Portanto, a exposição a altos níveis de um tipo específico de poluente pode afetar também o bebê. Caso isso aconteça durante a gravidez, pode aumentar o risco de crianças nascerem com paralisia cerebral.
Para realizar a pesquisa, analisaram os dados de gravidez e nascimento de aproximadamente 1,5 milhão de mães e filhos. Os participantes eram da província de Ontário, no Canadá, e os dados vão de 2002 a 2027.
Segundo o estudo, a exposição à poluição do ar está associada ao maior risco de desenvolver paralisia cerebral. Entretanto, vale destacar, o estudo se refere especificamente à partículas muito pequenas, mais conhecidas como PM 2.5.
Eles relatam que ainda são necessários mais estudos para confirmar informações mais precisas. Entretanto, é fato que a exposição a essa partícula durante a gestação pode promover inflamação e impactar o desenvolvimento cerebral do feto.
A PM 2.5 é emitida principalmente por escapamentos de veículos, fábricas, queima de carvão/madeira e até mesmo em algumas atividades agrícolas. A atividade humana produz uma quantidade significativa dessas partículas, ainda mais em áreas urbanas e industriais.
Ainda que o estudo não prove que a poluição do ar causa paralisia cerebral, os pesquisadores ainda destacam que podem haver consequências preocupantes para gravidas expostas à grandes concentrações de PM2.5.
Inclusive, estudos anteriores indicam que também há relação entre a exposição pré-natal à partícula e outras condições neurológicas, como transtorno do espectro autista (TEA) e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
Leia também:
Médico fica oito anos sem tomar banho e revela efeitos no corpo
Estudo revela como coronavírus altera células, abrindo frente para novos tratamentos