Atirador chegou à celebração com tema do PT gritando: “Aqui é Bolsonaro”. Polícia Civil ainda investiga se o crime teve motivação política

Desde a manhã deste domingo, 10, com a divulgação do caso do guarda municipal Marcelo Arruda, diversos políticos se manifestaram pelas redes sociais. O agente de segurança foi assassinado a tiros, na noite deste sábado, 9, em Foz do Iguaçu, no Paraná, durante sua festa de aniversário de 50 anos e temática em homenagem ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo o boletim de ocorrência, o agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho invadiu o local acompanhado da esposa e do filho gritando “Aqui é Bolsonaro”. A Polícia Civil ainda investiga se o crime teve motivação política.

Pré-candidata a deputada estadual por Goiás e presidente regional do PT, Kátia Maria conclama a população a derrotar o que ela chama de “projeto da morte que governa o país”. “Entre a indignação e o medo, a necessidade de lutar para derrotar de forma democrática esse projeto da morte que governa o país. O bolsonarismo mata! Mata todos os dias! De descaso com a pandemia, fome, machismo, homofobia, racismo e violência política. Marcelo Arruda, presente!”

O PT fez uma postagem falando se tratar de “um dia trágico para o Brasil” e divulgou uma nota com o título “Violência bolsonarista: líder do PT em Foz do Iguaçu é assassinado”. “Antes de ser assassinado com três tiros pelo policial penal fascista que o abordou no estacionamento, Marcelo tentou ainda se defender com a arma funcional que tinha em seu carro e reagiu. O assassino de Marcelo também veio a falecer. Marcelo, no seu ato derradeiro e heróico, salvou inúmeras vidas, pois o fascista também ameaçava e poderia ter assassinado a todos na festa, inclusive a sua família”, informa a nota do PT, assinada por Gleisi Hoffmann, presidenta Nacional do partido, e Abdael Ambruster, Coordenador Nacional do Setorial de Segurança Pública do PT.

Lula se manifestou sobre o ocorrido. Além de lamentar a morte do militante petista por “intolerância”, o ex-presidente pediu “compreensão e solidariedade” também aos familiares do agente penitenciário, que “perderam um pai e um marido para um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável”.

Líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) chamou o caso de “barbárie”. “Não existe dois lados quando um deles é a barbárie! Um bolsonarista assassinou um pai de família, líder do PT, em Foz do Iguaçu durante sua festa de aniversário. Isso é inconcebível! Intolerável em qualquer sociedade”, defendeu o senador que atua na coordenação da campanha de Lula.

Pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes resumiu o episódio como “tragédia humana e política”. “É triste, muito triste a tragédia humana e política que tirou a vida de dois pais de família em Foz do Iguaçu. O ódio político precisa ser contido para evitar que tenhamos uma tragédia de proporções gigantescas”, publicou. “Que Deus, na sua misericórdia, interceda em favor de nós brasileiros, pacificando nossas almas, e traga conforto às duas famílias destruídas nesta guerra absurda, sem sentido e sem propósito”, prosseguiu o pedetista nas redes sociais.

A Prefeitura de Foz do Iguaçu lamentou a morte do aniversariante, Marcelo Arruda, que era guarda civil municipal. “Marcelo era da primeira turma da Guarda Municipal e estava na corporação há 28 anos. Ele também era diretor da executiva do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi)”, acrescenta.

O caso

O guarda municipal Marcelo Arruda, candidato a vice-prefeito nas últimas eleições, foi assassinado durante sua festa de aniversário de 50 anos, ocorrida na noite deste sábado, 9, em Foz do Iguaçu. A festa tinha como tema o PT.

Segundo relatos, por volta das 23h, um agente penitenciário federal invadiu a festa, disparando contra o aniversariante. A confraternização era promovida na Associação Recreativa Esportiva Segurança Física Itaipu (Aresfi). A festa tinha poucos convidados — cerca de 40 pessoas.

Relatos ainda apontam que o agente federal entrou na festa gritando o nome do presidente Jair Bolsonaro e “mito”. Houve uma rápida discussão, e o homem chegou a sacar a arma e ameaçou a todos. Logo depois, ele saiu, dizendo que voltaria para matar todo mundo”. Minutos depois, o agente penitenciário chegou atirando no guarda municipal, que reagiu e matou o policial penal federal.