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Cidadãos protestam contra governantes e apontam explosão como descaso do governo com infraestrutura

Para tentar dispersar manifestantes que jogavam pedras e bloqueavam uma via perto do Parlamento em Beirute neste domingo, 9, a polícia libanesa entrou em confronto e lançou bombas de gás lacrimogêneo. Este foi o segundo dia de protestos contra o governo pela explosão devastadora da última terça-feira, dia 4, no porto da capital. De acordo com a Cruz Vermelha, um policial foi morto e mais de 170 pessoas ficaram feridas.

O fogo entrou em uma entrada para a Praça do Parlamento, enquanto os manifestantes tentavam invadir uma área isolada e os escritórios de ministérios.

“Demos a esses líderes tantas chances de nos ajudar e eles sempre falharam. Queremos todos eles fora, especialmente o Hezbollah, porque é uma milícia e apenas intimida as pessoas com suas armas”, disse o manifestante Walid Jamal, fazendo alusão ao o grupo armado mais influente do país, apoiado pelo Irã, que tem ministros no governo.

A ministra da Informação, Manal Abdel Samad, renunciou ao cargo e reiterou que a explosão mostrou o fracasso do governo em realizar reformas.

“Todo o governo deveria renunciar”

O patriarca cristão maronita, Bechara Boutros al-Rai, disse que o gabinete deveria renunciar, já que não pode mudar a forma como governa.

“A renúncia de um parlamentar ou ministro não é suficiente, todo o governo deveria renunciar, pois não é capaz de ajudar o país a se recuperar”, afirmou Bechara Boutros al-Rai.

A enorme explosão matou 158 pessoas e feriu mais de 6 mil além de destruir partes da cidade, num momento de crise política e econômica, gerando fortes apelos para que o governo renuncie.

O primeiro-ministro e a Presidência disseram que 2.750 toneladas de nitrato de amônia altamente explosivo, usado na fabricação de fertilizantes e bombas, foram armazenadas por seis anos sem medidas de segurança no depósito do porto.