Investigações apontam esquema de propina de R$ 100 mil envolvendo ex-ministro dos governos Lula e Dilma. Militantes do partido acusavam PF de atuar seletivamente

Militantes questionavam PF sobre o deputado federal afastado, Eduardo Cunha (PMDB) | Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil
A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (23/6), a Operação Custo Brasil, que apura pagamento de propina de R$ 100 mil em serviços de informática entre os anos de 2010 e 2015 a funcionários e agentes públicos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Foram, no total, 11 mandados de prisão preventiva, 14 de condução judicial e 40 de busca e apreensão, um deles cumprido na sede do Partido dos Trabalhadores (PT) em São Paulo (SP).
Depois de oito horas, os agentes deixaram o local. Na porta da sede, militantes do PT protestaram contra a ação da PF, acusando-a de agir seletivamente. Eles carregavam cartazes com a foto do deputado federal afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e questionavam a Polícia por não ir atrás de outros suspeitos, como os ministros do governo Michel Temer (PMDB-SP).
“A cada semana temos um ministro desse partido golpista saindo do governo e ninguém vai na casa desses ex-ministros que têm [nome citado em] delação, nem coercitivamente”, disse o secretário de comunicação do Diretório Municipal, João Bravin. “Isso é um absurdo, uma perseguição seletiva”, prosseguiu.
O partido também emitiu nota oficial em que classifica a busca como “Desnecessária e midiática”. “Em meio à sucessão de fatos e denúncias envolvendo políticos e empresários acusados de corrupção, monta-se uma operação diversionista na tentativa renovada de criminalizar o PT”, acrescenta o comunicado.
O PT também se manifestou sobre um dos presos da operação, o ex-ministro do Planejamento, Paulo Bernardo (PT), acusado de participação no esquema que visava favorecer uma empresa de tecnologia, contratada para fazer a gestão de crédito consignado na folha de pagamento de funcionários públicos, segundo a PF.
“A respeito das acusações assacadas contra filiados do partido, é preciso que lhes sejam assegurados o amplo direito de defesa e o princípio da presunção de inocência”, afirmam. “O PT, que nada tem a esconder, sempre esteve e está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos”, finaliza.
Confira a nota:
Nota Oficial do PT
O Partido dos Trabalhadores condena a desnecessária, midiática, busca e apreensão realizada na sede nacional de São Paulo.
Em meio à sucessão de fatos e denúncias envolvendo políticos e empresários acusados de corrupção, monta-se uma operação diversionista na tentativa renovada de criminalizar o PT.
A respeito das acusações assacadas contra filiados do partido, é preciso que lhes sejam assegurados o amplo direito de defesa e o princípio da presunção de inocência.
O PT, que nada tem a esconder, sempre esteve e está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos.
São Paulo, 23 de junho de 2016.
Comissão Executiva Nacional do PT
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