Polícia Civil finaliza investigação sobre propina na Codego com pedido de sequestro de R$ 1,5 milhão em bens
16 julho 2021 às 12h29
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Grupo criminoso atuou entre os anos de 2016 e 2018. Ao todo, onze pessoas estiveram envolvidas no processo de cobrança indevida para que empresários pudessem se instalar em distritos agroindustriais de Goiás
A Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) finalizou as investigações sobre o esquema de cobrança de propinas a empresários na Codego. A conclusão veio após dois meses desde a deflagração da Operação Cherokee, que cumpriu 14 mandados de prisão temporária e doze mandados de busca e apreensão nas cidades de Goiânia, Caturaí, Cristianópolis e Catalão.
Conforme apurado pelas autoridades envolvidas no caso, um grupo de 11 pessoas, parte delas servidores públicos, cobravam valores indevidos a empresários que possuíam interesse de se instalar em distritos agroindustriais do Estado de Goiás. De acordo com os investigadores, doze empresários foram vítimas da ação criminosa. Segundo a delegada Débora Melo, um casal compunha o principal núcleo do grupo e teria recebido mais de R$ 1,5 milhão por meio da prática ilícita.
A conclusão do inquérito policial terminou com o indiciamento de onze pessoas pelos crimes de corrupção passiva e associação criminosa. Apenas o líder do grupo foi indiciado por onze atos de corrupção. “Nas buscas encontramos, inclusive, um processo original que teria sido subtraído do prédio da sociedade de economia mista”, explica a delegada que acrescenta que o responsável responderá, ainda, pela prática de subtração de documento oficial.
“Com isso, as investigações estão oficialmente encerradas de forma que remeteremos, agora, o inquérito ao Poder Judiciário. Nossa expectativa é que se cumpra o sequestro de bens para que o dinheiro desviado possa retornar aos cofres públicos e para que, a partir disso, possa ser utilizado em benefício da população goiana”, considerou a delegada.
Por fim, Débora Melo alertou a população a denunciar esse tipo de prática criminosa instalada em órgãos públicos. “É importante que a população não ceda a esse tipo de pressão. Caso se deparem com qualquer servidor público fazendo cobranças indevidas procure imediatamente a Polícia Civil para que as devidas providências sejam tomadas”, pontuou a delegada.