Polícia Civil e SSP querem encerrar polêmica do suposto serial killer que atua em Goiânia
04 agosto 2014 às 13h15
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Secretário de Segurança Pública de Goiás disse que os homicídios contra mulheres merecem maior atenção das autoridades e que os autores destes crimes são distintos
Durante apresentação dos novos 568 policiais do Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual (Simve) que passam atuar na capital, em cerimônia na Academia da Polícia Militar de Goiás no Setor Universitário, nesta segunda-feira (4/8), o secretário de Segurança Pública de Goiás, Joaquim Mesquita, disse acreditar que existem autores distintos em alguns casos de homicídios contra mulheres. “A polícia vai continuar investigando, pois nada melhor que ela para identificar os autores dos crimes ainda não solucionados”, afiançou o secretário.
No último sábado (2) o governador Marconi Perillo (PSDB) determinou que a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-GO) e a Delegacia Geral da Polícia Civil montassem uma força-tarefa para dar maior agilidade na explicação dos assassinatos contra mulheres em Goiânia.
O superintende da Polícia Judiciária da Polícia Civil de Goiás, o delegado Deusny Aparecido, anunciou nesse domingo (3), que cerca de 50 delegados e agentes do interior do Estado vão reforçar temporariamente as investigações de crimes na capital.
Nesta manhã, o delegado-geral da Polícia Civil, João Carlos Gorski, durante o mesmo evento, disse ao Jornal Opção Online que os delegados que estão se deslocando do interior do Estado para a capital darão maior celeridade às apurações de homicídios. “Queremos encerrar a polêmica do serial killer por meio de investigações e provas robustas, mostrando que existem criminosos distintos nestes casos”, salientou.
O secretário Joaquim Mesquita acredita que com mais 568 policiais nas ruas da capital e com a vinda dos delegados e agentes que ajudarão nas investigações de homicídios, a sociedade terá uma rápida resposta em relação à criminalidade, não apenas na Grande Goiânia, mas em todo Estado. “É evidente que na medida em que surgem situações que demandam uma atuação de maior eficácia e de maior atenção, as autoridades devem aumentar e orientar a articulação do policiamento”, disse.
Os casos
Neste domingo (3) familiares e amigos sepultaram a menina Ana Lídia de Souza, de 14 anos, assassinada no dia anterior em um ponto de ônibus no Setor Cidade Jardim, em Goiânia.
De acordo com investigação preliminar da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), Ana Lídia esperava por um ônibus na Rua Paratinga para ir à Feria da Lua, no Setor Oeste, para ajudar a mãe. Um suspeito se aproximou da menina em uma motocicleta e efetuou três disparos. Ela foi atingida no tórax e em um dos braços e morreu no local.
Uma amiga de Ana Lídia, que não quis se identificar, acredita na existência de um assassino em série. “Ela foi brutalmente assassinada por esse suposto serial killer. Ana era uma criança, estudava e tinha muitos sonhos. Estamos com medo”, disse indignada.
No dia 1º de junho a adolescente Isadora Aparecida Cândida dos Reis de 15 anos foi morta no Setor São José, numa suposta tentativa de assalto. Na ocasião, a menor estava acompanhada do namorado, que informou que o autor do crime estava em uma moto preta e usava capacete. O criminoso deu voz de assalto e quando Isadora ia entregar o celular ele disparou. O tiro a atingiu nas costas e a jovem morreu antes do socorro chegar.
Antes de Isadora, outras seis mulheres haviam sido vitimadas de forma semelhante em Goiânia. Nestas ações, o suspeito chega, saca a arma e dispara contra a vítima e foge, sem levar nada. Depois de Isadora, mais cinco mulheres perderam a vida de forma parecida.
Manifesto
Uma manifestação contra a violência que tem vitimado mulheres em Goiânia desde o início do ano está sendo organizada por meio de uma página no Facebook. O protesto, que até o início da tarde desta segunda-feira teve a confirmação de mais de 20 mil pessoas, está previsto para ocorrer no próximo sábado (9), às 16h, com concentração na Praça Cívica.
A jovem G.R., de 25 anos, afirma que participará do ato para pedir mais agilidade, esclarecimento e justiça para estes crimes contra mulheres em Goiânia. Ela diz ter medo de sair de casa sozinha. “A situação está difícil. Quantas Anas Lídias vão ser sacrificadas para que as autoridades solucionem estes crimes?”, pergunta.