Poderes devem conversar com Alexandre de Moraes sobre suspensão de norma sobre limites de gastos
24 setembro 2019 às 16h55

COMPARTILHAR
Após encontro com Dias Toffoli, Lissauer Vieira (PSB) afirma que objetivo dos Poderes do Estado é convencer o STF a lhes dar mais prazo para se adequar

Após encontro com Dias Toffoli, o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Lissauer Vieira (PSB), afirmou que o próximo passo será uma conversa dos Poderes estaduais com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para pedir mais tempo de adequação à suspensão das emendas que estabeleciam teto de gastos no Estado.
O ministro é o relator da matéria que determinou suspender uma emenda à Constituição do Estado de Goiás que trata do teto de gastos de órgãos locais. A suspensão vale até que a Corte examine o mérito da ação em julgamento.
Isso foi feito por meio da votação de uma Ação Direta de Constitucionalidade em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) questionou a Emenda Constitucional 54/2017 e os artigos 2º a 4º da Emenda Constitucional 55/2017.
A PGR alegou que os textos violam a competência da União para editar normas gerais de direito financeiro e para definir os limites de despesas com pessoal e os recursos mínimos para o custeio dos serviços públicos de saúde e de educação.
O relator à época, ministro Marco Aurélio, ficou vencido. Ele votou pela concessão parcial da liminar. Entretanto, os ministros seguiram o voto do ministro Alexandre de Moraes, para suspender a emenda.
Lissauer afirma que não acredita que isso possa ser revertido, mas se preocupa com o tempo de adequação e diz que se tiverem que fazer a adaptação de imediato, os Poderes serão prejudicados e muitos servidores serão demitidos.
“Nós não estamos e não somos contra o Poder Judiciário, nem o Ministério Público, nem os tribunais de contas. Nem o Executivo é contra as adequações necessárias. Mas não é possível e é impossível se cumprir a determinação num curto prazo de tempo”, justificou.
Segundo ele, a conversa com Toffoli na segunda-feira, 23, foi produtiva, mas, como era esperado, o presidente do STF não pode lhes dar uma resposta, já que tudo precisa ser votado. “Mas disse que vai conversar com o relator, que é o ministro Alexandre de Moraes, e nós também vamos fazer o mesmo, juntamente com o governador e com os outros poderes, para sensibilizá-lo do problema que vai ter no Estado de Goiás. Serão milhares de servidores demitidos, isso causa um transtorno muito grande para o Estado”, relatou.
O presidente da Alego afirma que a esperança é que se consiga convencer o STF a lhes dar mais tempo. “Queremos um prazo de três a cinco anos para nos adequarmos, estamos muito preocupados com isso e acho difícil conseguirmos reverter a decisão”, finalizou.