PMDB de Goiás e a tendência à bipolaridade crônica
28 maio 2014 às 12h45
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Principal partido de oposição no Estado tem enfrentado impasse interno há mais de um ano, quando Júnior Friboi chegou ao partido. Agora sigla vive o dilema de não possuir pré-candidato
O PMDB goiano segue estampando as páginas dos jornais locais diariamente, tamanha a indefinição e cisão interna da sigla. A cada nova entrevista feita com peemedebistas surge um fato novo ou declaração que pese sobre os ombros da legenda. Na última semana a população –– aquela que por algum motivo se interessa pelo período pré-eleitoral –– assistiu duas desistências de pré-candidatura ao governo de Goiás dentro do maior partido de oposição no Estado, que agora encontra-se órfão, dando vasão à máxima que diz que “é melhor um pássaro na mão, que dois voando.” A ala friboizista reagiu e tem afirmado que bancará um nome para disputar com Iris Rezende numa convenção. Os dois políticos cogitados (o deputado federal Sandro Mabel e o deputado estadual Daniel Vilela) já disseram ter outros projetos e não toparam a empreitada.
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Além de prefeitos que têm declarado apoio ao governador Marconi Perillo, começam a surgir rumores de que deputados estaduais estariam buscando aproximação com o tucano desde a jogada de toalha de Júnior Friboi, na última quinta-feira (22/5), numa atitude que pegou até seus aliados de supetão e motivou profundo silêncio em Iris Rezende. O ex-prefeito tem dito a pessoas próximas que aguardará manifestações dos quadros do PMDB antes de se posicionar, enquanto o presidente regional do partido, deputado Samuel Belchior, o classificou como sendo o nome natural a ser lançado.
Um irista disse à reportagem que a vinda de Eduardo Campos, presidenciável pelo PSB, pode resultar em conversa com Iris Rezende, o que intensifica especulações quanto composição com Vanderlan Cardoso, por ora pré-candidato ao governo pela terceira via. O pernambucano vem a Goiânia no próximo sábado (31) para encontro do PSB.
A base governista fala em cinco deputados dissidentes (um a menos que o total de representantes no Palácio Alfredo Nasser), enquanto nos corredores peemedebistas seriam dois. Em entrevista ao Jornal Opção Online na manhã desta quarta-feira (28) o deputado Paulo Cezar Martins, pró-Friboi, comentou o imbróglio. “Hoje tem mesmo prefeitos [do PMDB] que apoiam o Marconi, não tenho nada contra o governador, nós brigamos com ele por causa do Iris”, disse o peemedebista, vagamente, sem tratar da questão dos deputados, que segundo ele não passa de conversas sem sentido. Em seguida emendou que “Marconi está mesmo fazendo uma política nesses municípios” administrados pelo PMDB que como o resto do Estado enfrentam problemas financeiros.
Segundo o deputado, as lideranças do PMDB têm procurado esses prefeitos para conversar a respeito da insatisfação que os levaram a uma atitude tão radical. Os peemedebistas já declarados publicamente são: Jacob Ferreira (São Luiz do Norte), Reinaldo Candido da Silva (Goiatuba), Ailton Minervino (Truvelândia) e Milton Ricardo (Pontalina). “Devemos reunir com alguns na segunda-feira [2/6], porque isso [apoio ao adversário] não é um fato concreto, mas sim uma crise política”, analisa. Na mesma data é prevista nova reunião da executiva estadual, quando espera-se quórum dos apoiadores de Friboi, já que na última segunda-feira somente iristas compareceram ao encontro.
Perguntado sobre outros nomes diante das negativas de Daniel Vilela e Sandro Mabel o deputado citou como alternativas ele mesmo, e os dos deputados federais Leandro Vilela e Pedro Chaves. “Isso não vai ser problema”, diz.