Evento em homenagem às servidoras da Casa em função do dia das mães tomou mais de uma hora sessão ordinária e votação fica para quarta-feira (1º/6)

Apenas 15 vereadores registraram presença depois da | Foto: Larissa Quixabeira / Jornal Opção
Às 10 horas da manhã desta terça-feira (31/5), a sessão plenária da Câmara Municipal de Goiânia registrava no painel eletrônico a presença de 30 dos 35 vereadores
da Casa.
A votação de 16 projetos que estavam na pauta do dia, porém, foram adiadas depois que a sessão foi interrompida por mais de uma hora para uma homenagem ao dia das mães, que concedeu diploma de honra ao mérito à servidoras da Casa. A solenidade contou com discursos do presidente da Câmara, Anselmo Pereira (PSDB) e da diretora de cerimonial, Nara Luiza, além de apresentações musicais. Assim que a solenidade foi encerrada, a maioria dos parlamentares foram embora.
Às 11h20, quando a sessão foi enfim retomada, foi realizada em painel eletrônico a recontagem de presenças e apenas 15 parlamentares permaneciam em plenário. Um assunto importante na pauta era a votação do relatório final da Comissão Especial de Inquérito (CEI) das Pastas Vazias, que investigou fraudes em documentos e licitações envolvendo empresários do setor imobiliário e funcionários a Secretaria de Planejamento da prefeitura de Goiânia, a antiga Seplam.
O projeto chegou a ser colocado em discussão pelo presidente Anselmo Pereira, mas por falta de quorum, voltará a ser debatido na próxima quarta (1º/6).
Para o vereador Djalma Araújo (Rede), a saída dos vereadores é fruto de articulação da bancada do prefeito Paulo Garcia para adiar mais uma vez a apreciação do relatório. Da outra vez que foi colocado em votação, em março deste ano, o líder do prefeito na Câmara, Carlos Soares (PT) pediu vistas do relatório. Entre este primeiro pedido de vistas e um segundo, do vereador Zander Fabio (PEN), a votação foi protelada em mais de dois meses.
“Defendo a aprovação do relatório como foi aprovado pela Comissão. Essa tentativa da base do prefeito em impedir a votação e desqualificar o trabalho da CEI, esvaziando o plenário, não pode prevalecer aqui na Câmara. Amanhã será colocado em votação mais uma vez e vamos aprovar”, pontuou Djalma.
Apesar de não ter sido membro da comissão, o vereador afirma que acompanhou os trabalhos e que qualquer tentativa de alteração no parecer é um ato irresponsável. “A retirada de qualquer nome é inaceitável, é uma salvo-conduto para a corrupção. A CEI deixou claro que aquelas pessoas estão envolvidas em atos ilícitos dentro da secretaria, para beneficiar grandes empresários”.
Ao Jornal Opção, os vereadores Carlos Soares e Zander Fábio, afirmaram que, assim que o relatório for colocado em votação, apresentarão destaque de pelo menos sete nomes de servidores da antiga Seplam que, segundo eles, não estariam envolvidos em esquema de corrupção.
Falta de quórum é comum
Já Paulo Magalhães (PSD), vereador que foi membro da comissão, avaliou que a falta de quórum é comum em sessões da Câmara. “Tínhamos 16 projetos para serem apreciados e não temos quórum. Isso acontece sempre aqui na Câmara. As pessoas deveriam acompanhar mais, fiscalizar e ver quem realmente está presente, trabalhando e cumprindo seu papel de vereador. Esses parlamentares que foram embora para não votar o relatório da CEI das Pastas Vazias, com o intuito de encobrir quem praticou atos ilícitos, não devem estar assistindo televisão. O Brasil está sendo passado a limpo mas, infelizmente, esta Casa parece que está omissa”, disse em entrevista.
Paulo Magalhães, que foi membro da CEI, usou seu tempo de questão de ordem para questionar o líder do prefeito quanto ao pedido de vistas do relatório. “Carlos Soares participou da comissão, foi às oitivas, presenciou a avaliação dos arquitetos, engenheiros e especialistas técnicos. Esse pedido de vistas serviu apenas para desmoralizar todo o trabalho”.
O petista estava em plenário e chegou a registrar presença pela segunda vez, mas preferiu não responder aos questionamentos. Ao final da sessão, Carlos Soares saiu sem falar com a imprensa.
Para o vereador Elias Vaz (PSB), o que impediu que a votação ocorresse nesta terça-feira (31/5) foi a realização da cerimônia de homenagem. “O que eu senti foi que muitos vereadores foram embora por não concordarem com a realização do evento no horário da sessão ordinária. Não questionando a homenagem em si, que é importante, mas a rigor do regimento da Casa, não é permitido realizar sessão especial durante a sessão ordinária. Não temos trabalho em plenário nas segundas e sextas-feiras justamente para isso”.
Elias Vaz, que presidiu a CEI das pastinhas, reforçou ainda que espera um posicionamento favorável da maioria dos parlamentares pela aprovação do relatório. “De qualquer maneira, está na pauta amanhã e estaremos nos posicionando em defesa do relatório. É importante que a Câmara Municipal tome esse posicionamento político de quem não compactua com atos ilícitos e vote em sintonia com o relatório aprovado por unanimidade pela comissão especial”.
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