COMPARTILHAR

O Plano Diretor de Drenagem Urbana de Goiânia, considerado inédito e estratégico, está em fase final e deve começar a ser implantado no próximo ano, segundo o vice-coordenador do PDDU, professor Raviel Eurico Basso, explicou ao Jornal Opção. “O plano diretor-geral já passou pela audiência pública e está faltando apenas a entrega dos planos de contingência e programas de ações, além da aprovação do conselho de saneamento, prevista para novembro”, explicou Basso.

Embora o planejamento avance, a tragédia recente com a adolescente eletrocutada em Goiânia revela que os problemas de drenagem e infraestrutura da cidade não podem mais esperar. A morte da jovem, ocorrida nesta semana, reforça o impacto das ruas alagadas e da fiação elétrica exposta em bairros que sofrem com a falta de manutenção adequada.

Apesar de ainda não ter sido concluído, o município já busca recursos para viabilizar as obras previstas no plano. “Estamos tratando de milhões de reais em investimentos para melhoria da drenagem e mitigação dos problemas urbanos”, afirmou o vice-coordenador. Ao contrário da gestão passada, o prefeito Sandro Mabel tem se mostrado ativo na resolução dos problemas.

Desde os primeiros sinais da chuva, atualizou a população pelo Instagram, orientando sobre cuidados e informando medidas emergenciais. Por volta de 15h, o prefeito já havia acionado o Gabinete de Crise, colocado equipes nas ruas, e passou a acompanhou de perto os trabalhos da Defesa Civil, Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) e Secretaria Municipal de Engenharia de Trânsito (SET).

Segundo Basso, a implementação do plano de drenagem será feita em frentes de curto, médio e longo prazo, com ações imediatas previstas para até cinco anos e projetos de maior abrangência planejados para até 30 anos. “A partir da entrega final, a Prefeitura já pode iniciar a implantação das obras”, acrescentou.

O professor destacou que o plano traz soluções para todas as regiões urbanas da cidade e deve reduzir drasticamente os problemas com alagamentos e transbordamentos. “Se forem implementadas todas as propostas do plano, praticamente extinguirá os problemas de drenagem que enfrentamos atualmente”, disse.

Além da drenagem, o plano estabelece diretrizes para o uso e ocupação do solo, ajudando a controlar a expansão irregular e minimizar impactos urbanos. “A informalização do solo residencial também causa grandes impactos, e o plano dá um norte à Prefeitura sobre como fiscalizar essas áreas”, explicou Basso.

Entre os desafios mais urgentes, o vice-coordenador aponta regiões consolidadas que sofrem com alagamentos frequentes, como a Marginal Botafogo, Cascavel, Macambira e Taquaral.

O Plano Diretor de Drenagem de Goiânia, portanto, é um avanço importante. Mas a cidade não pode esperar que ele seja totalmente implementado para que vidas continuem sendo colocadas em risco. A tragédia desta semana serve de alerta de que intervenções emergenciais — limpeza de bueiros, manutenção de bocas de lobo e fiscalização de ocupação irregular — precisam andar lado a lado com o planejamento de longo prazo.

Leia também: Saiba quem é Nathaly Rodrigues, adolescente que morreu eletrocutada em Goiânia

Klebber Formiga: “30% dos municípios do Estado não têm estrutura de drenagem. ‘Planejamento’ é esperar as cheias para depois atuar”