Relatório da PF aponta que integrantes do governo trouxeram notícia falsa das eleições de 2014 entre Dilma e Aécio para “provar” que sistema eleitoral não é seguro

Planalto usou boatos para colocar dúvida sobre segurança das urnas. | Foto: reprodução

O relatório da Polícia Federal (PF) sobre a live do presidente, em 29 de julho deste ano, apontou que o governo usou boatos da internet para atacar a segurança das urnas eletrônicas. Segundo depoimentos que constam no documento, o tema da transmissão ao vivo foi escolhido por Jair Bolsonaro e produzido pelo ex-assessor Eduardo Gomes da Silva.

A função de produzir o conteúdo foi delegada por Luiz Eduardo Ramos, que ocupava a titularidade da Casa Civil na época. Gomes revelou à PF que não tinha conhecimento em informática, programação, matemática, estatística e sobre o funcionamento das urnas eletrônicas. O ex-assessor alegou ter procurado vídeos sobre o assunto da live na internet com sua experiência funcional e pessoal.

Ramos admitiu que não checou a veracidade dos fatos e alegou que a live não tinha objetivo de colocar em cheque a seguridade das urnas.

De acordo com o PF, a “prova” de fraude das eleições de 2014, alegada pelo governo, foi um boato de alternância de votos entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) desmentido na época. Peritos da PF tentaram alertar sobre a divulgação do conteúdo, mas os integrantes do Planalto teriam ignorado os avisos.

Com informações do Estadão