PF encontra indícios de falsidade ideológica na compra da Covaxin, em primeira consequência da CPI da Covid
03 novembro 2021 às 10h54

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As negociações da vacina foram canceladas em agosto, após determinação da Controladoria-Geral da União (CGU), que também encontrou indicativos de irregularidades
A Polícia Federal (PF), identificou indícios de falsidade ideológica, uso de documentos falsos e associação criminosa por parte de funcionários da Precisa Medicamentos que participaram das negociações com o Ministério da Saúde para a venda da vacina indiana Covaxin. As informações são do O Globo.
A constatação veio em um dos primeiros inquéritos abertos a partir de fatos apurados pela CPI da Covid no Senado Federal. A transação da vacina foi cancelada em agosto, após o contrato ter sido assinado, por determinação da Controladoria-Geral da União (CGU), que também encontrou indicativos de irregularidades.
Além disso, de acordo com reportagem do O Globo, a PF detectou indícios de lavagem de dinheiro por parte dos responsáveis pelo FIB Bank, uma empresa que deu a garantia financeira para a assinatura do contrato, embora não tivesse autorização do Banco Central para conceder esse tipo de chancela.
Foi com base nisso, que a PF cumpriu busca e apreensão na semana passada em endereços de Francisco Emerson Maximiano, sócio da Precisa, e de outros personagens envolvidos no negócio.
Segundo O Globo, a investigação também chegou a suspeitas que envolvem o FIB Bank. Nesse braço da apuração, chamou a atenção o papel do empresário Marcos Tolentino. Para a PF, possivelmente, ele é um “sócio-oculto” da empresa. De acordo com a PF, o FIB Bank não é um banco nem uma seguradora e, por isso, não teria autorização legal para fornecer garantia financeira.
Os indícios de ilegalidades em torno do contrato de compra da Covaxin surgiram após o servidor do ministério Luís Miranda ter denunciado que sofreu pressões dos seus superiores para dar aval à aquisição da vacina, mesmo depois de identificar possíveis irregularidades.
A Precisa negou irregularidades nos documentos entregues ao ministério e afirmou estar colaborando com as investigações. Já a defesa de Marcos Tolentino disse que ele “não é, nem nunca foi, sócio oculto do FIB Bank”.