PF deflagra operação contra fraude no Fundo Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia
14 novembro 2017 às 11h54
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Envolvidos responderão pelos crimes de peculato e associação criminosa. Prefeitura de Aparecida diz que a denúncia partiu da própria gestão
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (14/11) a Operação Anaideia, que investiga o desvio de aproximadamente R$ 3 milhões do Fundo Municipal de Saúde do Município de Aparecida de Goiânia (GO).
Cerca de 100 policiais federais cumprem 49 mandados judiciais, sendo dois mandados de prisão temporária, 28 mandados de busca e apreensão e 19 mandados de condução coercitiva, expedidos pela Subseção Judiciária de Aparecida de Goiânia (GO).
As ordens judiciais estão sendo cumpridas nos municípios de Goiânia (GO), Goianira (GO), Aparecida de Goiânia (GO), Jataí (GO), Rio Verde (GO), São Paulo (SP), São José do Rio Preto (SP), Pinhais (PR) e Curitiba (PR).
A PF apurou que uma ex-servidora da Prefeitura de Aparecida, inseriu informações falsas no sistema de pagamento e desviou recursos que eram destinados às ações para preservação da saúde da população, creditando tais recursos em conta de uma empresa do companheiro dela. As investigações revelaram ainda que esses recursos, após terem sido desviados, foram repassados para outras empresas cujos representantes estão sendo chamados para explicar os reais motivos desses repasses.
A Secretaria Municipal de Saúde do município disse, por meio de nota à imprensa, que os fatos se deram em momento anterior à atual gestão, que na época colaborou com todos os esclarecimentos solicitados pela Polícia Federal.
Ainda de acordo com o posicionamento da atual gestão, o fato em questão veio à tona após denúncia feita pela própria secretaria de Saúde. “Assim como o anterior, o atual governo não compactua com má gestão ou qualquer tipo de desvio de recursos públicos e defende que, comprovada a culpa, quem praticou tais atos seja submetido ao rigor da lei”, diz a nota da gestão do prefeito Gustavo Mendanha (PMDB).
Os investigados responderão pelos crimes de inserção de dados falsos em sistema de informação, peculato e associação criminosa, cujas penas podem alcançar 12 anos de reclusão.
O nome da operação advém da mitologia grega, em que Anaideia é uma entidade que personificava a crueldade, o despudor e o imperdoável, em alusão às consequências das condutas praticadas pelos investigados.