PF conclui investigação e indicia Renan Calheiros e Eduardo Braga por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa
20 setembro 2024 às 16h48
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A Polícia Federal (PF) concluiu a investigação e indiciou os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga (MDB-AM) por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O ex-senador Romero Jucá, presidente do MDB em Roraima, também foi indiciado.
A investigação envolve suspeita de pagamento de propina para que os parlamentares agissem a favor da empresa Hypermarcas, que hoje se chama Hypera Pharma.
Ao O Globo, a defesa de Eduardo Braga afirmou que o indiciamento é uma “ilação esdrúxula sem amparo nos elementos constantes do próprio inquérito”. Já a defesa de Jucá disse que repudia e repele o indiciamento, e disse que ele foi baseado exclusivamente na delação premiada do executivo do grupo Hypermarcas. A empresa, por sua vez, informou que “finalizou em 2020 apurações internas sobre irregularidades ocorridas entre 2013 e 2015” e que “o assunto foi concluído mediante a celebração de acordo de leniência em 2022”. Renan Calheiros ainda não se manifestou. Ele já havia negado qualquer irregularidade.
O inquérito, que segue sob sigilo, está com a Procuradoria-Geral da República (PGR), que decide se faz a denúncia ou não.
A investigação é um desdobramento da operação Lava Jato e foi aberta após delação premiada de um ex-diretor da Hypermarcas que foi homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin. A empresa é suspeita de pagar R$ 20 milhões, por meio de intermediários, para que os senadores agissem a favor da aprovação de incentivos fiscais.
O ex-diretor admitiu que inicialmente omitiu sua delação que o grupo atuou para obter vantagens em uma medida provisória no Congresso. Ele também disse ter mentido ao dizer que não sabia quais eram os parlamentares beneficiados pelos pagamentos de propina. A PGR chegou a pedir o cancelamento da delação, mas os acréscimos foram feitos posteriormente e o acordo seguiu válido.
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