PF cobra esclarecimentos de Romeu Tuma Junior sobre livro “Assassinato de Reputações”
06 agosto 2014 às 10h46

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Ex-investigador do Dops se recusou a ir à Superintendência da Polícia Federal. Coautor da obra, ele conta que Marconi Perillo era alvo de dossiês falsos de Lula

Agentes da Polícia Federal estiveram no escritório ex-secretário Nacional de Justiça Romeu Tuma Junior na manhã da última terça-feira (5/8), no Bairro do Bom Retiro em São Paulo. O objetivo era o de conduzi-lo coercitivamente à Superintendência da Polícia Federal para prestar esclarecimentos sobre o livro “Assassinato de Reputações — Um Crime de Estado”, do qual é coautor.
Na obra, ele ataca o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aponta uma suposta fábrica de dossiês falsos contra alguns políticos, incluindo o nome do governador Marconi Perillo (PSDB). O livro, que tem texto final do jornalista Claudio Julio Tgnolii, relata que um dos objetivos do petista era o de tirar o tucano da vida política. Isso pelo fato do goiano, na época senador da República, ter avisado o ex-metalúrgico sobre o mensalão.
Segundo a revista “Veja”, o ex-investigador do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) se recusou a acompanhar os policiais, alegando que a condução era ilegal. Já no período da tarde, Tuma Junior foi à PF, onde ficou por cerca de 40 minutos, mas sem responder nenhuma pergunta.

Houve muita discussão e bate-boca no momento em que os federais chegaram. Tuma Junior recebeu intimações prévias, mas não foi aos depoimentos. Para o ex-secretário, um dos policiais estaria cumprindo “ordens de Brasília”. Ele ainda alegou que havia dado informações sobre o conteúdo do livro em procedimento aberto pela Delegacia Fazendária em 2013. Não há nenhum inquérito contra o advogado.
“Assassinato de Reputações” narra os bastidores do que ele viu, ouviu e, principalmente, acompanhou de perto quando esteve na Secretaria Nacional de Justiça do governo Lula. O livro foi lançado em dezembro do ano passado em todo o país. Tuma Junior esteve em Goiânia em fevereiro deste ano para noite de autógrafos, promovida pelo PSDB goiano.
Em entrevista ao Jornal Opção Online na época, o delegado disse que Marconi Perillo foi alvo de “campanha sórdida” e que Lula queria destruir sua reputação política.
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