Petroleiros apontam falta de transparência em leilão de áreas do pré-sal

17 dezembro 2021 às 07h50

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Licitação dos campos de Sépia e Atapu estavam previstos para esta sexta-feira (16). Petrobrás teria adotado preço abaixo do esperado sem prestar contas a acionistas

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) criticou o leilão dos campos de Sépia e Atapu, prevista para ser realizado nesta sexta-feira (16). Segundo acionistas, a Petrobrás deveria adotar o valor de US$72 para calcular o valor da indenização devido à Sociedade de Economia Mista, no entanto, teria feito o cálculo com US$40.
A valor para calcular a indenização é determinado pelo Ministério de Minas e Energia e equivale ao preço do barril de petróleo. A medida serve para reduzir riscos para os acionistas. Por outro lado, Henrique Jager, assessor da FUP apontou falta de transparência no processo de licitação.
O membro do sindicato criticou a postura da Petrobrás de não explicitar aos acionistas o motivo do preço adotado. “Apesar de não mencionar o preço do barril do petróleo negociado com a União, a Petrobrás informa que, no acordo firmado, há uma cláusula de participações em lucros futuros (earn out). Assim, podemos concluir que o preço utilizado para fins do cálculo”, apontou o especialista.
A falta de transparência da Petrobrás é considerada fator de risco para os acionistas. Onze empresas foram habilitadas para o leilão. Diferentemente da licitação de 2019, o valor da indenização foi calculado previamente.
Outro membro da FUP criticou a realização destas inconsistências no leilão dos campos mais produtos do pré-sal. “Serão ofertadas áreas de desenvolvimento, sem risco exploratório. A existência de hidrocarbonetos já está confirmada e as empresas disputarão volumes excedentes, ou seja, além dos cinco bilhões de barris aos quais a Petrobrás tem direito”, apontou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.