Pesquisa do IBGE aponta crescimento das vendas no varejo pelo quinto mês consecutivo
11 novembro 2020 às 11h31

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Apesar da trajetória de crescimento, resultado indica uma desaceleração frente às altas dos meses anteriores – agosto (3,1%), julho (4,7%), junho (8,7%) e maio (12,2%)

A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada na manhã desta quarta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que as vendas do comércio varejista cresceram 0,6% em setembro.
O número representa a quinta taxa positiva consecutiva desde maio. No entanto, apesar da trajetória de crescimento, o resultado indica uma desaceleração frente às altas dos meses anteriores – agosto (3,1%), julho (4,7%), junho (8,7%) e maio (12,2%).
“A desaceleração é natural e representa uma acomodação, porque as quedas de março e abril foram muito expressivas, o que fez com que os meses seguintes de recuperação também tivessem altas intensas. A desaceleração é como se a série estivesse voltando à normalidade”, analisa o gerente da PMC, Cristiano Santos.
Conforme mostrado pela Agência IBGE Notícias, com a variação de 0,6% em setembro, o patamar do comércio varejista, que já havia atingido nível recorde em agosto, continua em crescimento.
Santos também destaca o resultado forte do trimestre de julho a setembro. Em relação ao trimestre anterior, a alta foi de 17,2%, recorde da série história iniciada em 2000.
“Isso ocorreu, porque os trimestres anteriores apresentaram desempenho muito baixo: -1,9% no primeiro e -8,5% no segundo. Em relação ao terceiro trimestre de 2019, o aumento é de 6,3%, a maior alta desde 2014”, ressalta Santos.
A reportagem destacou também que entre as oito atividades pesquisadas, cinco tiveram taxas positivas na comparação com agosto: Livros, jornais, revistas e artigos de papelaria (8,9%); Combustíveis e lubrificantes (3,1%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (2,1%); Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (1,1%) e Móveis e eletrodomésticos (1,0%).
Por outro lado, pressionando negativamente, figuraram três setores: Tecidos, vestuário e calçados (-2,4%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,6%); e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0.4%).
Enquanto nos meses anteriores houve um peso forte de materiais de construção no varejo ampliado e de móveis e eletrodomésticos no varejo, em setembro, houve uma diversificação de altas de outros setores.
Hiper e supermercados são afetados pela inflação de alimentos
A Agência IBGE Notícias mostrou também o impacto causado ao setor de Hiper e supermercados devido a inflação de alimentos. De abril a setembro, o setor teve crescimento de 10,6% na receita, enquanto em volume, o ganho foi de 4,7% nesse período.
Varejo ampliado
O comércio varejista ampliado – que contempla Veículos e Materiais de construção – cresceu 1,2% em relação a agosto de 2020, quinta variação positiva consecutiva deste indicador.
O setor de Veículos, motos, partes e peças registrou crescimento de 5,2% enquanto em Material de construção, o aumento foi 2,6%, ambos, respectivamente, após avanços de 8,3% e 3,6% no mês anterior.
A publicação trouxa também que o setor de Veículos está entre os que lideram as taxas negativas em 2020. No acumulado no ano (-18,1%), embora mostre ganho de ritmo, está no campo negativo desde março de 2020.
“Veículos, motos, partes e peças ainda está 9,3% abaixo do nível de fevereiro e é um dos setores que mais sofreu e que está demorando mais a tomar tração”, pontuou o gerente da PMC, Cristiano Santos. (Com informações da Agência IBGE Notícias)