Pesquisa Datafolha revela que mulheres fazem mais isolamento social e aprovam menos Bolsonaro
28 abril 2020 às 14h21

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Em levantamento realizado por telefone, a Datafolha entrevistou 1.503 brasileiros de todos os estados do país. Levantamento mostrou que mulheres se preocupam mais com a pandemia que os homens
De acordo com pesquisa Datafolha, divulgada nesta terça-feira, 28, e que entrevistou 1.503 pessoas em todos os estados do país, as mulheres são as mais isoladas e demonstram maior preocupação com a pandemia de Covid-19. Dentre os brasileiros que apresentam maior rejeição ao presidente Jair Bolsonaro, elas também são maioria. O levantamento foi realizado por meio de telefone e tem margem de erro de três pontos percentuais.
Segundo as entrevistadas, 60% disseram que só saem de casa em situações de extrema necessidade, enquanto 20% responderam que não saem de jeito nenhum. Já 43% dos homens afirmaram que só saem em situações extremas e 13% não saem. Para 61% delas, o brasileiro está menos preocupado com a pandemia, contra 51% dos homens. Para 71% das mulheres, a saúde é mais importante que a economia. Já a proporção entre os homens para esta questão é de 63%.
Na pesquisa Kaiser Family Foundation, realizada nos Estados Unidos, 36% das mulheres afirmaram que a pandemia havia impactado em sua saúde mental. Entre os homens, o percentual foi de 27%. Na pesquisa realizada duas semanas depois, a diferença cresceu bastante, chegando a 57% das mulheres que tiveram o emocional abalado, contra 37% dos homens com essa percepção. Analistas entrevistados pela Folha de São Paulo avaliam que a divisão das atividades domésticas, a supressão da rede de apoio para o cuidado das crianças, com o fechamento de escolas e o afastamento dos avós, contribuíram para que as mulheres fossem mais afetadas.
A pesquisa Datafolha ainda perguntou aos entrevistados a avaliação do governo Bolsonaro. Para 43% delas, o governo é ruim ou péssimo. Entre as que avaliaram bem o presidente, foram 28% das mulheres. Entre os homens, a aprovação de Bolsonaro é de 40%, enquanto a reprovação é 33%. Quanto à credibilidade no presidente da República para liderar o país, também há uma diferença na percepção entre os gêneros. 27% dos homens confiam no que Bolsonaro diz, enquanto a 16% das mulheres manifestaram a mesma percepção.