Walber Pinheiro garante que reunião da polícia com pais de crianças que seriam alvo da rede nunca foi realizada. Responsáveis pela gravação dizem não ter confirmação

Responsáveis pela informação ressaltam que não receberam confirmação alguma | Foto: Comunicação Social da PF no Paraná
A descrição da reunião não condiz com procedimento da Polícia Federal, diz o perito | Foto: Comunicação Social da PF no Paraná

O perito criminal e especialista em crimes cibernéticos da Polícia Federal (PF), Walber Pinheiro, desmentiu qualquer reunião da PF com pais de crianças que seriam alvos de uma rede de pedofilia. “Essa informação não procede, é mais um boato”, afirmou, em entrevista, ao Jornal Opção.

A informação, propagada pelo aplicativo WhatsApp, era de que os policiais haviam chamado os responsáveis por 12 crianças para informá-los sobre um grupo de pedófilos que estariam planejando o sequestro de seus filhos para inseri-los em uma rede de tráfico humano.

Walber afirmou que este não é o procedimento padrão da corporação. Segundo ele, a polícia até faria uma reunião com os pais, mas nunca sem antes realizar uma investigação para identificar quem eram os suspeitos, seus endereços de IP e onde eles moram, por exemplo. “Pode reparar que, no áudio, não há nenhuma informação específica”, destaca ele.

A mulher que gravou o áudio original foi identificada apenas como Paula, e diz na gravação que a suposta reunião foi relatada a ela pela mãe de uma aluna da escola que seu marido comanda. Sem citar nomes, ela diz ainda que os policiais teriam mostrados fotos de abusos sexuais de crianças, além de comentários sobre o que os envolvidos pretendiam fazer com os meninos e meninas. Walber garante que a polícia não mostraria esse tipo de material.

Depois da repercussão da fala de sua esposa, o dono da escola resolveu se manifestar e ressaltar que eles ainda não haviam tido nenhum tipo de confirmação por parte da Polícia Federal. “A gente não sabe ainda a veracidade dessas informações”, diz, em outro áudio.

“Recebemos uma mãe na escola que foi relatar pra gente o que estava acontecendo com a filha dela. A gente não sabe se é verdade, porque ainda não temos nenhuma posição da Polícia Federal”, ressaltou ele.

Segundo o homem, a esposa ficou bastante preocupada depois que a mãe relatou o caso e informou seus primos sobre o que ouvira. Eles não imaginavam tamanha repercussão, mas depois da propagação do áudio, acharam necessário ressaltar que nada foi confirmado até o momento.

No entanto, para ele, a denúncia da mãe é um importante alerta. “De qualquer modo, é sempre importante a gente tomar cuidado e precaver e sempre procurar não expor tanto os nossos filhos na rede social”, defende.

Jornal Opção entrou em contato com a escola, citada pela mãe de uma aluna, mas a diretora estava em reunião e não poderia falar com a reportagem.