Pequenos negociantes usam alternativas para manter atividades durante quarentena
22 março 2020 às 15h28

COMPARTILHAR
População tem se unido para apoiar negócios locais e divulgar novos formatos de serviço dos estabelecimentos

Na terça-feira, dia 17 de março, Goiás decretou a suspensão de atividades ligadas ao comércio, em razão das medidas de combate ao coronavírus. Com a decisão, trabalhadores autônomos e pequenos negociantes têm usado a criatividade para manter os trabalhos e diminuir os prejuízos. Através de atendimento online, entregas, uso de aplicativos, os empreendedores se adequam às regras de isolamento.
A população também se mobilizou para apoiar os negócios locais e divulgar os novos formatos de atendimento dos estabelecimentos, criando uma rede de apoio. O Mega Moda Shopping já publicizou que ajudará lojistas da 44, através de divulgação online das lojas do complexo, para atingir compradores de todo o país. Além disso, recrutou o apoio de transportadoras para viabilizar as entregas.
Nesse terreno novo, a proprietária do Ateliê Pizza Café Arte, Joselita Martins, viu a necessidade de adequar os serviços do seu restaurante. “Estamos focando no delivery, nunca foi nosso forte. As pessoas sempre preferiram vir aqui por conta da casa, das exposições, da música. Agora temos divulgado muito que o atendimento é só por delivery ou retirada aqui” contou.
Joselita reclamou que a demanda caiu muito, mas tem recebido muito apoio de uma rede de amigos que ajudam na divulgação dos serviços, o que é fundamental no momento.
Exposição
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mais de 38,6 milhões de brasileiros trabalham na informalidade, esse número, em sua maioria, está distribuído entre autônomos, trabalhadores domésticos e familiares. Com o surto do novo coronavírus no Brasil, esses trabalhadores ficam drasticamente prejudicados, já que o sustento depende diretamente do fluxo de trabalho e nem todas as atividades são viáveis a distância.
A manicure Adriepe Cristina, de 27 anos, disse que atende clientes em domicílio e, neste período, tem tentado realizar métodos simples de prevenção, como o uso de luvas e máscara, no entanto, não parou suas atividades.
“Eu atendo em domicílio, vou até a casa da cliente. Eu sempre usei a luva, agora eu atendo com máscara também. Tento manter todos os itens esterilizados, passo álcool para evitar pegar o coronavírus, pois está bastante perigoso” disse a manicure.
No dia 18 de março, o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que, para amenizar os efeitos na atividade econômica, vai direcionar uma ajuda mensal de R$ 200 para profissionais autônomos de baixa renda. No entanto, o dinheiro não é suficiente para suprir as necessidades e, diante disso, muitas pessoas se colocam em risco para garantir o sustento.