Resta agora aguardar analise da petição encaminhada ao Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), informou o advogado
Maurício Sampaio, acusado de ser o mandante do crime | Foto: Reprodução
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou liminar solicitada pela defesa de Maurício Sampaio por suspensão do júri da morte do jornalista Valério Luiz. O pedido foi recusado pelo juiz Lourival Machado da Costa. Agora, a petição será analisada pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO). Ao Jornal Opção, o advogado de defesa, Thales Jaymes, avaliou que o pedido foi parcialmente atendido. Isso, porque mesmo com liminar negada no Tribunal, informações serão ouvidas e prestadas. Atualmente, o júri está agendado para acontecer no dia 2 de maio.
Avaliando a decisão do tribunal como correta, o advogado também informa que apesar dos reclamos de Maurício não terem sido atendidos de forma imediata, Justiça também não negou. Para Thales, o que resta agora é aguardar manifestação do Tribunal antes de novas estratégias da defesa serem pensadas.
Maurício Sampaio, ex-cartorário e ex-presidente do Atlético Clube Goianiense, é apontado como mandantes do crime contra o radialista esportivo Valério Luiz. Além dele, outras quatro pessoas são réus no caso, sendo eles: o cabo da Polícia Militar Ademá Figueredo Aguiar Filho; o sargento reformado da Polícia Militar, Djalma Gomes da Silva; Urbano de Carvalho Malta e Marcos Vinícius Pereira Xavier. Todos foram acusados de homicídio duplamente qualificado – por motivo fútil e sem chance de defesa para a vítima.
O julgamento dos cinco acusados de matar Valério Luiz já havia sido adiado no dia 14 de março. O motivo da suspensão foi, justamente, a troca de advogado de defesa de Maurício. Na época, o defensor do réu protocolou um pedido de renúncia, que abriu um prazo de dez dias para que o réu constituísse novo defensor.
Esta é a terceira vez que a Justiça marca uma data para o julgamento dos réus. A primeira data foi marcada para abril de 2019, mas foi adiada quando o juiz responsável do caso alegou que não haveria estrutura para comportar julgamento de tamanha repercussão no local. Já em 2020, o julgamento teria sido delegado devido a pandemia de Covid-19. Sendo esta do dia 14, a terceira tentativa da realização do júri.
Quase 10 anos
Valério Luiz foi morto a tiros no dia 5 de julho de 2012, enquanto saía da rádio em que trabalhava em Goiânia. O crime aconteceu enquanto entrava no carro, após deixar a Rádio Bandeirantes 820 A.M, na época, sediada no Setor Serrinha. Na ocasião, o jornalista teria sido baleado por um motociclista no local.
A atuação de Valério Luiz como jornalista foi o que motivou o crime, segundo o inquérito policial. Em 2018, Ricardo Lewandowski, Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter a decisão do TJ-GO de mandar Maurício Sampaio a júri popular. Na época do crime, Maurício Sampaio era vice-diretor do Atlético-GO. Segundo a acusação do Ministério Público, ele foi o mandante do homicídio de Valério Luiz.
O motivo do crime seriam as críticas que o jornalista fazia à diretoria do time de futebol. Para Valério Luiz Filho, filho do jornalista, o atrito entre o pai e o vice-presidente do time vinha de longa data. Na época, o advogado havia comemorado a decisão do Supremo e que estava trabalhando forte para que isso acontecesse.
Valério Luiz, jornalista e radialista morto em 2012 | Foto: Reprodução
Infelizmente nossa justiça não funciona.